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Bovespa fecha com a maior queda dos últimos cinco meses

A última vez que a Bolsa registrou uma queda similar foi em 3 de outubro do ano passado

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 18h53.

São Paulo - O mau humor externo dominou os negócios e a Bovespa encerrou em queda pelo segundo dia seguido. O recuo foi de 2,76%, o maior, em porcentual, em cinco meses, aos 65.114,15 pontos. A última vez que a Bolsa registrou uma queda similar foi em 3 de outubro do ano passado (-2,93%). Mais uma vez, Vale e Petrobras caíram forte e arrastaram a Bolsa de volta aos 65 mil pontos - ou seja, em apenas um pregão o Ibovespa perdeu 1.849,88 pontos.

A proximidade do término do prazo da reestruturação da dívida grega fez aumentar o temor de que a operação possa não ser concluída. Juntou-se a isso as preocupações com o ritmo de crescimento da economia global, principalmente depois de ontem, quando a China reduziu sua meta de expansão em 2012 para 7,5% ao ano. Hoje, foi confirmada a retração de 0,3% do PIB da zona do euro no quarto trimestre. Por aqui, também foi divulgado o PIB, que ficou dentro do esperado e não fez preço. A economia brasileira cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2011 ante o trimestre anterior e, no ano, apresentou avanço de 2,7%.

O operador de uma importante corretora lembra que há espaço para realizar lucros e, diante das incertezas externas, os investidores preferem embolsar parte dos ganhos. "Tem espaço para realizar lucros. Como juntou o mau humor externo, não tem como não realizar", disse a fonte, ressaltando, no entanto, que, embora a queda tenha prevalecido hoje, muitos investidores também aproveitaram o recuo dos papéis para irem às compras. "Hoje, eu estou fazendo muita operação de compra. Quem já tinha realizado lucro anteriormente está aproveitando para recompor a carteira", disse.

Os papeis da Vale caíram quase 5% e os da Petrobras, quase 4%, acompanhando a performance das commodities no mercado internacional. A ação ON da mineradora recuou 4,84% e a PNA, -4,45%. MMX voltou a liderar as quedas do Ibovespa e registrou declínio de 5,86%. O cobre na Comex registrou perda de 3,16%, a 3,7375 libras-peso. Também contribuiu para a queda da Vale a derrota na disputa com a Receita Federal envolvendo a cobrança de tributos sobre lucro de controladas no exterior, anunciada ontem à noite pela mineradora. A decisão ocorreu na esfera administrativa e agora deve caminhar para a Justiça, o que exigirá que a mineradora apresente R$ 1,6 bilhão em garantia.

Já o papel ON da petroleira caiu 3,80% e o PN, -3,42%. Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento em abril encerrou com recuo de 1,9%, a US$ 104,70 o barril.

Na mínima, o Ibovespa atingiu 64.892 pontos (-3,09%) e, na máxima, 66.962 pontos (estável). No mês, a Bolsa anulou o ganho inicial e registra queda de 1,06%. No ano, a performance ainda é positiva em 14,73.

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