Mercados

Bovespa diz que IPOs podem voltar até o fim do ano

O presidente da BM&FBovespa afirmou que uma oferta de ações pode acontecer no fim deste ano, mas que o cenário só deve melhorar em 2017


	Bovespa: IPO da IRB Brasil RE era esperado para este ano, mas empresa decidiu adiar a oferta
 (Nacho Doce/Reuters)

Bovespa: IPO da IRB Brasil RE era esperado para este ano, mas empresa decidiu adiar a oferta (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 13h17.

São Paulo - Diante da expectativa de melhora da confiança dos investidores em relação ao Brasil, a Bolsa brasileira poderá ser, no fim deste ano, palco de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), depois de mais de um ano sem nenhuma estreante.

"Há uma confiança de que o ajuste fiscal virá e criará novas bases de crescimento da economia", disse o diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, frisando que existe uma grande expectativa, visto que é grande o movimento de companhias represadas, que já somam mais de 50. Mas uma certeza sobre a realização de IPOs, ele disse que apenas para 2017.

Um IPO que era esperado para acontecer neste ano era o do ressegurador IRB Brasil RE, mas a empresa preferiu deixar a oferta para o ano que vem, por decisão de seus acionistas, quando esperam encontrar melhores condições no mercado.

O presidente da Bolsa elogiou a equipe econômica formada pelo governo Temer e disse que o governo já mostrou que irá usar o mercado de capitais para levantar recursos, movimento que vem sendo buscado diante do déficit fiscal do País.

"Precisamos das reformas para consolidar a retomada de confiança dos investidores estrangeiros", destacou, frisando que a sua percepção é de que o mercado de capitais será uma grande alavanca para o crescimento brasileiro.

Depois de duas ofertas subsequentes (follow ons) de sucesso em um período de apenas duas semanas, a Bolsa brasileira deverá ser palco de novas captações de companhias já listadas, na esteira do início da melhora do humor em relação ao Brasil, apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Os principais setores candidatos, conforme fontes de mercado, são energia, infraestrutura, shoppings e saúde.

Internacionalização

A BM&FBovespa segue conversando com as bolsas de Argentina e Peru para conseguir concluir seu projeto de internacionalização pela América Latina. Segundo Edemir Pinto, está mantida a meta de alcançar a participação minoritária em cinco bolsas da região até o final do ano.

Em um movimento que iniciado no ano passado, a Bovespa já adquiriu a fatia minoritária das bolsas da Colômbia, México e Chile.

O objetivo é atingir a fatia minoritária nessas cinco bolsas da América Latina, até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%. A intenção é finalizar esse processo de aquisições até o fim deste ano.

No Brasil, a Bolsa aguarda as aprovações regulatórias para poder iniciar sua integração com a Cetip.

Substituição

A BM&FBovespa está buscando um substituto para Eduardo Guardia, que ocupava o cargo de diretor executivo de Produtos da Bolsa, antes de assumir em junho a secretaria da Fazenda. O diretor presidente da Bolsa, Edemir Pinto, disse que esse anúncio deverá ser feito em breve.

Desde a saída de Guardia, o diretor executivo de Operações, Clearing e Depositária da BM&FBovespa, Cícero Vieira, tem acumulado a diretoria de Produtos.

Governança

No ano que vem grandes companhias deverão aderir ao programa de governança de estatais, lançado ano passado na esteira da crise de credibilidade das companhias do governo. Segundo Edemir Pinto, muitas companhias da União já estão consultando a Bolsa sobre o programa.

Cetip

A BM&FBovespa não tem a intenção de realizar programas de recompra até que seja concluída a operação de fusão com a Cetip, que ainda aguarda as aprovações dos reguladores, disse em teleconferência o diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores, Daniel Sonder. A companhia visa neste momento manter seu caixa robusto para financiar a fusão após o cartão verde do Cade, que deverá ser o último aval a ser conquistado.

O caixa próprio da Bolsa brasileira somou, ao fim de junho, R$ 8,234 bilhões, sendo cerca de R$ 6 bilhões em recursos retidos para financiar a combinação dos negócios com a depositária, incluindo, nessa linha, a principal origem do capital, que foi a venda da fatia que era detida na bolsa americana CME, que somou R$ 5,488 bilhões antes de impostos.

A Bolsa também diminuiu seu payout, para ajudar na preparação do financiamento. Ontem a Bolsa anunciou um pagamento de juros sobre capital de R$ 215,6 milhões, equivalente a 50% do lucro líquido da Bolsa no segundo trimestre do ano, excluindo os efeitos da venda das ações da CME.

Carf

A BM&FBovespa segue convencida de que a perda no caso do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) segue como remota e que assim não existe a necessidade de provisão, disse Sonder. O executivo afirmou que mesmo se houver uma nova perda na esfera administrativa, a companhia ainda não fará a provisão, e buscará vitória no Judiciário.

O Carf questiona a amortização, para fins fiscais, do ágio gerado na incorporação das ações da Bovespa pela BM&F, em 2008.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasIPOsMercado financeiroservicos-financeiros

Mais de Mercados

Corte de juros em setembro? Os pontos do discurso de Powell para entender os próximos passos do Fed

Fed mantém taxa de juros entre 5,25% e 5,50% e cita cautela com inflação em comunicado

WEG surpreende com margens fortes e ação sobe 10%

Boeing nomeia novo CEO para liderar recuperação da empresa

Mais na Exame