Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2012 às 10h50.
São Paulo - A Bovespa abriu o pregão desta quinta-feira acompanhando o ritmo lento dos mercados internacionais. Os investidores ainda estão em busca de respostas para o que será feito pelos líderes e autoridades monetárias para colocar a economia global nos trilhos novamente. Os dados econômicos norte-americanos devem conduzir os negócios. Já o noticiário sobre aumento de combustíveis e novos números fracos sobre a China devem agitar as blue chips. Por volta das 10h15, o Ibovespa caía 0,46%, aos 56.885,74 pontos, na mínima.
"O mercado está esperando uma ação para ativar a economia", comenta o chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista. Ele diz que os negócios ainda estão ressentidos da falta de agressividade por parte do Federal Reserve, ontem, e da delonga da Europa em solucionar sua crise das dívidas soberanas. "Precisa acabar esse oba-oba", diz.
E, enquanto nada de concreto é feito, novos números mostram a atual situação frágil dos principais motores econômicos mundiais. A atividade manufatureira na China permaneceu em território que indica contração pelo oitavo mês consecutivo, enquanto na zona do euro o setor privado seguiu no ritmo mais fraco desde junho de 2009.
Em reação aos dados, as principais commodities industriais exibiam queda de mais de 1%, diante das preocupações quanto à demanda por insumos básicos. Esse viés negativo pode pesar sobre as ações da Vale, uma das principais empresas exportadoras de matérias-primas à China. No horário acima, as ações ON e PNA da mineradora caíam 0,32% e 0,23%, nesta ordem.
Petrobras também pode sentir os efeitos do petróleo em queda, mas a possibilidade de um aumento nos preços dos combustíveis segue beneficiando a estatal petrolífera. No mesmo horário, as ações ON e PN da companhia subiam 0,58% e 0,50%, respectivamente.
Relatos na mídia dando conta de que a equipe econômica do governo federal já teria autorizado um aumento de cerca de 10% nos preços da gasolina cobrados das refinarias, até o próximo mês, devem agitar os papéis hoje. A decisão de conceder o aumento já teria o aval do Palácio do Planalto.
Já nos mercados de ações do exterior, o sinal para o dia ainda não foi definido. O futuro do S&P 500 caía 0,13%, oscilante mesmo após a queda maior que a esperada nos pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA. O índice PMI industrial do país, porém, caiu a 52,9 em junho, de 54,0 em maio. Às 11 horas, sai a atividade na região de Filadélfia, além de números sobre o mercado de imóveis e também sobre os indicadores antecedentes.
Na Europa, as bolsas de Frankfurt e de Paris subiam 0,17% e 0,38%, embaladas pelos ganhos de 1,15% e de 1,53% nos mercados de Madri e de Milão, após a colocação de bônus de 2014, 2015 e 2017 pelo Tesouro espanhol, o que baixou o retorno ao investidor (yield) do título de 10 anos para aquém de 6,5%. O otimismo com um progresso nas reuniões da União Europeia e com a necessidade de capital inferior a 100 bilhões de euros para os bancos espanhóis também ajuda.