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Bovespa cai na abertura com cenário externo ruim

Principais índices de ações operam em queda na Europa e nos Estados Unidos, em meio aos receios com a economia na zona do euro

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2012 às 10h49.

São Paulo - O cenário negativo no exterior e o adiamento da divulgação do balanço da Petrobras, originalmente marcado para esta sexta-feira, colocam a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em trajetória de baixa nesta manhã. Os principais índices de ações operam em queda na Europa e nos Estados Unidos, em meio aos receios com a economia na zona do euro e com os dados divulgados pela China.

No Brasil, às 10h16, o Ibovespa à vista recuava 0,71%, para 59.276 pontos. Petrobras ON tinha baixa de 1,30% e Petrobras PN recuava 1,26%. Nos EUA, o S&P futuro recuava 0,77% e o Nasdaq futuro tinha queda de 0,70%. Na Europa, onde os índices à vista já operam, Londres caía 0,64%, Paris recuava 1,55%, Frankfurt cedia 0,71% e Madri tinha baixa de 2,81%

Ontem a Petrobras adiou a divulgação de seus resultados no primeiro trimestre de 2012 para a próxima terça-feira, dia 15, data limite para anúncio de balanços conforme a legislação em vigor. Segundo a companhia, a mudança foi necessária em função de incompatibilidade das agendas dos integrantes de seu Conselho de Administração, que participariam da divulgação.

A mudança de planos, mal vista pelo mercado, fez os papéis da Petrobras recuarem no after market da Bovespa e deixou uma pressão adicional para o pregão de hoje. Vale lembrar que na divulgação do balanço anterior, referente ao último trimestre de 2011, a Petrobras cometeu erros de cálculo que levaram a uma republicação do documento - e a ajustes em baixa nos preços das ações.

"A Petrobras vai dar uma pesada no mercado hoje. Já havia uma expectativa ruim em relação à Petrobras e agora, com o adiamento, vai ficar pior", comentou um operador ouvido pela Agência Estado. "Está tudo muito confuso e já faz um tempo. A Graça Foster (presidente da companhia) quer dar uma clareada, vem e fala sobre reajuste de combustível, mas depois aparece o (ministro de Minas e Energia, Edison) Lobão, para jogar uma pá de cal na história", lembra o profissional, citando um caso recente.

O exterior ruim também prejudica a Bovespa. A produção industrial da China em abril, apesar de ter subido 9,3% ante o mesmo mês do ano passado, desacelerou ante o avanço de 11,9% de março. Além disso, o varejo chinês vendeu 14,1% mais em abril, também na comparação anual, mas economistas projetavam uma alta de 15,2%. Na margem, houve alta de 1,13% em abril, ante aumento de 1,18% em fevereiro. Estes dados lançam dúvidas sobre o crescimento chinês, o que impacta o Brasil, bastante dependente de exportações para o país asiático.

Na Europa, relatório divulgado hoje pela Comissão Europeia citava sinais iniciais de uma recuperação econômica no bloco no próximo ano, embora os riscos permaneçam. "O principal risco continua sendo um agravamento da crise de dívida soberana com contágio financeiro e uma forte queda da disponibilidade de crédito", informou a Comissão. "Outro risco tem origem nas incertezas geopolíticas que podem provocar aumento nos preços do petróleo."

Para piorar o humor externo, o JPMorgan anunciou ontem que assumiu uma perda de até US$ 2 bilhões com transações com veículos sintéticos de crédito nas últimas seis semanas e deve enfrentar um prejuízo adicional de US$ 1 bilhão no segundo trimestre. As perdas foram atribuídas a um operador conhecido como "London Whale" (Baleia de Londres), que assumiu posições grandes em swaps para default de crédito (CDS, na sigla em inglês).

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