Bovespa cai 0,67% com ajuste e queda de commodities
A sessão foi marcada ainda por expectativas pela divulgação da ata do Federal Reserve e pela decisão do Banco Central sobre o rumo da taxa de juros
Reuters
Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 19h21.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa nesta quarta-feira, em um movimento de ajuste após romper a barreira dos 69 mil pontos na véspera, amparado na fraqueza das commodities e com investidores acompanhando o intenso noticiário corporativo em meio à divulgação de balanços.
O Ibovespa caiu 0,67 por cento, a 68.589 pontos. O giro financeiro somou 8,74 bilhões de reais.
A sessão foi marcada ainda por expectativas pela divulgação da ata do Federal Reserve nos Estados Unidos e pela decisão do Banco Central sobre o rumo da taxa de juros no Brasil, o que também favoreceu o tom de cautela ao longo do dia.
Segundo a ata da última reunião de política monetária do Fed, muitos membros do banco central norte-americano disseram que pode ser apropriado elevar os juros "em breve", caso os dados de inflação e emprego estejam alinhados com as expectativas.
Para operadores, o documento não trouxe novidades e a visão de que os juros vão subir de forma gradual permanece predominante no mercado.
Localmente, após o fechamento dos mercados, o Banco Central divulgou a decisão de cortar a taxa básica de juros a 12,25 por cento ao ano, em linha com pesquisa Reuters.
Destaques
- GERDAU PN caiu 4,1 por cento, entre os destaques negativos do índice. A empresa teve prejuízo líquido consolidado ajustado de 205 milhões de reais no quarto trimestre, ante prejuízo de 41 milhões de reais registrado um ano antes.
- VALE PNA perdeu 2,1 por cento e VALE ON teve baixa de 2,39 por cento, em sessão de perdas para o minério de ferro na China e com as altas recentes na ações da mineradora abrindo espaço para ajustes. No ano, os papéis PNA ainda acumulam alta superior a 40 por cento. CSN ON caiu 1,58 por cento e USIMINAS teve desvalorização de 2,4 por cento.
- PETROBRAS PN caiu 2,42 por cento, enquanto PETROBRAS ON recuou 3,26 por cento. Os papéis da empresa já abriram em queda, acompanhando o recuo dos preços do petróleo no mercado internacional, mas o movimento ganhou força após o Tribunal de Contas da União (TCU) deixar para março a retomada do processo relativo a venda de ativos da petroleira.
- MARFRIG ON teve perdas de 7,14 por cento, no pior desempenho do Ibovespa. Segundo operadores, as ações da produtora de carne bovina foram pressionadas pelo forte recuo do lucro da concorrente MINERVA, que abriu espaço para apostas em um resultado mais fraco da Marfrig, que divulga seu balanço do quarto trimestre na quinta-feira, após o fechamento dos negócios.
- WEG ON recuou 2,29 por cento, tendo no radar o balanço do quatro trimestre, que mostrou queda de 15,8 por cento no lucro líquido da fabricante de motores elétricos e tintas industriais ante igual período do ano anterior.
- TELEFÔNICA BRASIL PN subiu 1,79 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa. A dona da marca Vivo teve lucro líquido de 1,21 bilhão de reais no quarto trimestre, alta de 9 por cento ante igual período de 2015, com a corretora Brasil Plural destacando que a empresa conseguiu executar as metas de 2016 e ter um desempenho "robusto".
- MINERVA ON, que não está no Ibovespa, perdeu 4,76 por cento, depois de a empresa ter divulgado queda de 81,5 por cento no lucro líquido do quarto trimestre, para 12,3 milhões de reais.
- PDG REALTY, que também não compõe o Ibovespa, caiu 10,84 por cento, após a empresa anunciar entraria nesta quarta-feira com pedido de recuperação judicial, em decisão tomada porque o acordo de reestruturação de dívidas celebrado com os bancos em maio do ano passado não surtiu o efeito esperado.