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Bovespa abre sob ameaça de perder os 60 mil pontos

Os resultados das eleições na França, Grécia e Alemanha desagradaram os investidores

Às 10h05, o Ibovespa caía 0,38%, aos 60.590,23 pontos, na pontuação mínima após abertura (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Às 10h05, o Ibovespa caía 0,38%, aos 60.590,23 pontos, na pontuação mínima após abertura (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 10h43.

São Paulo - A Bovespa começa a semana no menor nível desde meados de janeiro, mas ainda sem trégua dos mercados internacionais para buscar uma recuperação, o que torna cada vez mais iminente os riscos de perder os 60 mil pontos. Os resultados das eleições na França, Grécia e Alemanha desagradaram os investidores e o voto que prevalece nos negócios é o de menor exposição ao risco. A agenda fraca nos Estados Unidos reduz as chances de alívio ao longo do dia. Às 10h05, o Ibovespa caía 0,38%, aos 60.590,23 pontos, na pontuação mínima após abertura.

O analista gráfico da Ágora Corretora, Daniel Marques, avalia que a tendência para a Bolsa no curto prazo é ruim e que o foco agora já se concentra na casa dos 59 mil pontos. "O Ibovespa tem caminho livre até os 60 mil pontos e fica em situação mais complicada se vier abaixo dos 59 mil pontos", explica. Para ele, há grandes chances desses níveis serem testados em breve.

O profissional avalia que essa trajetória só tem forças para se alterar se algo novo e bom acontecer. Mas, ele pondera, o ambiente está mais para operações de venda. "Não é o momento para compras", acrescenta.

De fato, a aversão ao risco prevalece no exterior, após a "surra" dos eleitores franceses, gregos e alemães nas urnas neste fim de semana. O presidente Nicolas Sarkozy não conseguiu se reeleger e, em uma votação apertada, foi derrotado por François Hollande.

O socialista tem como meta levar à Alemanha e à toda União Europeia a missão de reconstruir a Europa com mais crescimento e menos austeridade. Porém, a chanceler Angela Merkel já avisou que o pacto fiscal europeu não é negociável e está na direção correta, acrescentando que não se pode desfazer políticas a cada eleição.

A líder alemã, contudo, também vê seu posto ameaçado depois que seu partido - a União Democrática Cristã (CDU) - perdeu a maioria após as eleições regionais no Estado de Schelswig-Holstein, ao norte do país.

Já na Grécia a situação é ainda mais delicada, já que nenhum partido conquistou votos suficientes para a escolha do primeiro-ministro e, caso não seja formada uma coalizão, novas eleições podem ser convocadas.

Do outro lado do Atlântico, Wall Street também sinaliza um dia de perdas, digerindo o noticiário europeu, em meio à agenda econômica fraca. O único dado previsto para hoje, sobre crédito ao consumidor nos EUA em março, será divulgado às 16 horas.

Internamente, a atual temporada de balanços entra na sua quarta - e mais pesada - semana de divulgação. Serão abertos os números de 54 empresas, entre elas Pão de Açúcar, até o fim desta segunda-feira; B2W e Gafisa, amanhã; MMX na quarta-feira; BM&FBovespa, CSN e Telefônica Brasil, na quinta-feira. O ponto alto da safra, contudo, está previsto para sexta-feira, quando a Petrobras anuncia seus resultados trimestrais, após o fechamento dos mercados.

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