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Bovespa abre em queda de quase 2,0%

Às 11:18, o Ibovespa caía 1,95 por cento, a 74.631 pontos, após recuar a 74.243 pontos, menor patamar desde dezembro do ano passado

Risco: possibilidade de mudança da política de reajustes da gasolina e cenário político provocam fuga de investidores (Spencer Platt/Getty Images)

Risco: possibilidade de mudança da política de reajustes da gasolina e cenário político provocam fuga de investidores (Spencer Platt/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2018 às 11h24.

Última atualização em 7 de junho de 2018 às 11h30.

São Paulo - O principal índice de ações da B3 recuava na manhã desta quinta-feira, tendo renovado mínima intradia no ano no pior momento, com investidores ainda enxergando incertezas elevadas sobre o cenário eleitoral e o ritmo do crescimento no país, e receosos com a interferência do governo na economia.

Às 11:18, o Ibovespa caía 1,95 por cento, a 74.631 pontos, após recuar a 74.243 pontos, menor patamar intradia desde 21 de dezembro do ano passado.

Das 67 ações na carteira do Ibovespa, apenas quatro ações operavam no território positivo.

O volume financeiro no pregão somava 3 bilhões de reais.

Após desabar quase 11 por cento em maio, o Ibovespa contabilizava um declínio ao redor de 2,7 por cento nos primeiros dias de junho.

Apreensões com a interferência do governo na economia ganharam força com a greve dos caminhoneiros, quando o governo adotou medidas, como o tabelamento do frete e congelamento do preço do diesel, para encerrar o movimento que durou cerca de dez dias e provocou o desabastecimento de vários produtos.

"Uma maior interferência do governo (qualquer governo) na livre atuação da economia não será bem vista pelos investidores em ativos no Brasil", destacou um gestor de uma administradora de recursos do Rio de Janeiro.

A equipe de estratégia e análise da XP Investimentos destacou que tem visão de bolsa estruturalmente benigna para os próximos anos, passando por um cenário eleitoral de centro-direita, mas no curto prazo, mantém visão mais cautelosa.

Os analistas da XP citaram que a atividade vem desapontando nos últimos meses e a recente greve adicionou incertezas. Ao mesmo tempo, avaliaram que o cenário eleitoral ainda é muito incerto, o que deve trazer volatilidade nos próximos meses.

"Somente esperamos uma potencial melhora do sentimento por volta de agosto/setembro, a medida que teremos mais clareza em relação ao ritmo do crescimento do pais passado os efeitos da greve, ao mesmo tempo que as alianças no campo político devem começar a ficar mais claras", afirmou a XP.

O banco suíço UBS cortou nesta quinta-feira a recomendação para ações brasileiras para "neutra" em seu portfólio de mercados emergentes, enquanto disse que esse é o momento para adquirir papéis de emergentes.

O mercado de câmbio também sentia a piora do sentimento em relação ao Brasil, com o dólar superando 3,90 reais na máxima da sessão. As taxas dos DIs também dispararam, mas o movimento foi atenuado pela ação conjunta do Banco Central e do Tesouro Nacional.

O movimento na Bovespa novamente destoava do tom mais positivo em Wall Street, onde o S&P 500 abriu em alta, enquanto o índice MSCI para ações de mercados emergentes tinha variação negativa de 0,01 por cento.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN tinha queda de 2,7 por cento e PETROBRAS ON recuava 1,8 por cento, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior, conforme investidores seguem questionando a autonomia da petrolífera de controle estatal.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedia 2 por cento e BRADESCO PN caía 2,3 por cento, com bancos afetados pela maior aversão a ações brasileiras. SANTANDER BRASIL UNIT e BANCO DO BRASIL tinham perdas ainda mais acentuadas, de 4,9 e 2,7 por cento, respectivamente. No caso de Santander Brasil, o JPMorgan cortou a recomendação dos papéis para 'neutra'.

- GOL PN perdia 5,47 por cento, em meio a disparada do dólar ante o real, que afeta os custos de companhias aéreas. A alta do petróleo era mais um componente desfavorável. A sua controlada SMILES despencava 9,1por cento.

- CVC BRASIL caía 5,9 por cento, conforme a operadora de turismo é afetada negativamente pelo fortalecimento do dólar e também pela recuperação mais lenta da economia.

- VIA VAREJO UNIT cedia 8,1 por cento, com o setor de varejo ainda minado pelas perspectivas de uma retomada mais lenta da atividade econômica e por dados de emprego ainda ruins, com efeito no consumo.

- A EMBRAER que tinha alta de 2,11 por cento, beneficiada pela valorização do dólar ante o real.

- VALE recuava 1,6 por cento, apesar do efeito benigno em sua receita do fortalecimento do dólar e da alta do minério de ferro à vista na China.

 

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