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Bovespa abre em baixa à espera de dados dos EUA

Por Olívia Bulla São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, pressionada pela China e à espera dos indicadores econômicos a serem divulgados nos Estados Unidos. O inesperado novo aperto no compulsório bancário na China, anunciado na manhã de hoje, pressiona as ações das exportadoras brasileiras de […]

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 10h13.

Por Olívia Bulla

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, pressionada pela China e à espera dos indicadores econômicos a serem divulgados nos Estados Unidos. O inesperado novo aperto no compulsório bancário na China, anunciado na manhã de hoje, pressiona as ações das exportadoras brasileiras de matérias-primas. Às 11h12 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,14%, aos 70.621 pontos.

Logo cedo, o Banco do Povo da China (PBOC, o banco central chinês) informou que vai elevar a taxa de compulsório bancário em 0,50 ponto porcentual, a partir de 20 de janeiro. A decisão segue-se a seis elevações no recolhimento obrigatório dos bancos implementadas no ano passado e ocorre em meio às especulações de que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no gigante asiático provavelmente se acelerou em dezembro, em base anual, tendo superado a marca de 5,1% registrada em novembro.

O compulsório representa a parcela dos depósitos que, obrigatoriamente, as instituições financeiras são obrigadas a deixar no banco central. Quanto maior o compulsório, menor a liquidez na economia. O aumento do compulsório é uma estratégia usada para reduzir o dinheiro em circulação e combater a alta de preços.

"A China estava fora do foco e a medida pega os mercados de surpresa, com as commodities e os setores produtores e exportadores sentindo os efeitos dessa nova medida", avalia o gerente de análise do Modal Asset, Eduardo Roche, que vê uma forte pressão sobre a Vale hoje. Ele lembra que houve uma concentração de medidas prudenciais de caráter monetário vindos da China no fim do ano passado. "Esperava-se uma pausa nesses movimentos, a fim de avaliar o efeito das medidas anteriores", acrescentou. No dia 25 de dezembro de 2010, o PBOC elevou as taxas de referência para empréstimos e depósitos pela segunda vez no ano passado, apenas cinco dias depois da, até então, última alta no compulsório dos bancos da China, que havia entrado em vigor em 20 de dezembro do mesmo ano.

Mas os mercados também estarão atentos à agenda econômica dos EUA, que está repleta de indicadores relevantes. Às 11h30 (horário de Brasília), saem as vendas no varejo norte-americano em pleno mês de Natal e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no mesmo período. Às 12h15, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anuncia a produção industrial no mês passado. Por fim, às 13 horas, a Universidade de Michigan publica o índice preliminar de janeiro do sentimento do consumidor e, no mesmo horário, serão anunciados os estoques das empresas em novembro.

"Os dados dos EUA podem ajudar, minimizando o efeito da China, a depender do conjunto de resultados a serem anunciados, mas as commodities devem continuar sentindo o impacto chinês", diz Roche, do Modal. Há ainda a temporada de balanços nos EUA. Há pouco, o JPMorgan inaugurou a safra de resultados dos grandes bancos e anunciou um aumento de 47% no lucro líquido do quarto trimestre de 2010, para US$ 4,8 bilhões.

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