São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em alta, tentando zerar as perdas acumuladas no ano (de 0,05%) e manter a trajetória ascendente verificada na passagem do trimestre. Os investidores estão de olho hoje no apetite do investidor estrangeiro pelas ações brasileiras e no noticiário envolvendo a sucessão no comando da Vale. Às 10h12 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) avançava 0,29%, para 69.468 pontos.

Em uma semana que conta com poucos indicadores de relevo no âmbito global, as atenções dos negócios se voltam para a política monetária na Europa e nos Estados Unidos. Enquanto os mercados dão como certo um aperto no juro básico europeu pela primeira vez em quase três anos, na próxima quinta-feira, os investidores querem saber qual é a avaliação do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, hoje à noite, sobre a economia do país.

A farta liquidez de recursos garantida pelo Fed, somada aos sinais de retomada da atividade nos EUA, tem sustentado as Bolsas de Nova York nos maiores níveis desde antes da crise. Porém, a agenda econômica esvaziada na semana pode abrir espaço para uma realização de lucros até sexta-feira.

A Bovespa vive outro momento. Depois de enfim superar a resistência na casa dos 68,2 mil pontos e retomar o nível dos 69 mil pontos, na semana passada, o Ibovespa passou a oscilar dentro de um canal de alta no curto prazo e pode encontrar forças para buscar os 70 mil pontos em breve. Porém, esse movimento só deve ter continuidade se for alimentado pelos aportes dos investidores estrangeiros.

A Bolsa também depende do vigor das ações de primeira linha. A sucessão no comando da Vale seguirá atraindo as atenções do mercado. Ao longo da semana, com início hoje, acontecem reuniões de acionistas e do conselho de administração da Valepar para homologar a contratação de um headhunter (agência de caça de talentos). A agência terá a função de indicar três nomes para substituir o atual presidente da Vale, Roger Agnelli.

As ações da Petrobras e das demais petrolíferas devem continuar se beneficiando da escalada dos preços do petróleo, que avançou mais um degrau em Nova York e alcançou a marca de US$ 108 o barril na manhã de hoje.