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Bovespa abre em alta com sinal positivo da zona do euro

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em alta, após a zona do euro anunciar um acordo para o pacote de resgate financeiro à Grécia. A medida abre caminho para uma recuperação das bolsas pelo mundo e separa a Bovespa de fatores de pressão vindos da China e […]

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 11h36.

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em alta, após a zona do euro anunciar um acordo para o pacote de resgate financeiro à Grécia. A medida abre caminho para uma recuperação das bolsas pelo mundo e separa a Bovespa de fatores de pressão vindos da China e do Comitê de Política Monetária (Copom). Às 10h14, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 0,38%, aos 59.341 pontos.

Segundo a prévia do documento elaborado em Bruxelas, a zona do euro chegou a um acordo sobre o pacote à Grécia, embora os detalhes sobre o tamanho e o formato do resgate financeiro não tenham sido divulgados ainda. Por enquanto, a prévia parece ter sido o suficiente para trazer alívio aos investidores. Pela manhã, as bolsas europeias operavam em alta.

Consultados logo no começo do dia, os especialistas da SLW Corretora, Pedro Galdi, e da Legan Asset, Fausto Gouveia, concordavam que o principal evento do dia viria da Europa. Ambos apontavam os desdobramentos das negociações entre as autoridades europeias sobre a crise das dívidas na região como um "Dia D" para os mercados. E, de fato, foi o que aconteceu.

Ainda assim, os especialistas ressaltam que as incertezas quanto à elevação do teto do endividamento nos Estados Unidos segue como fator de cautela para os negócios. "Enquanto não ficar mais claro, o cenário macroeconômico vai impedir o investidor de tomar uma posição mais agressiva no risco", afirma Gouveia, da Legan.

Os investidores também estão atentos aos sinais emitidos pela China. A pesquisa preliminar do HSBC sobre o setor manufatureiro chinês caiu para abaixo do patamar que indica expansão da atividade, a 48,9 em julho, sinalizando, agora, retração. A leitura final de junho já tinha vindo no limite dessa linha divisória, a 50,1.

Mas, para Galdi, da SLW, o dado pode apenas reforçar a ideia de "freada" no ritmo de crescimento do gigante emergente - visto nem como brusca nem como lenta. Ele destaca que o mais importante no país asiático são os indicadores de inflação e, com isso, uma expansão menos acelerada da atividade pode refrescar a pressão sobre os preços. Ainda assim, a notícia não é positiva para as ações de siderúrgicas e mineradoras. No exterior, as commodities (matérias-primas) são negociadas sem rumo único.

Aqui no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou ontem que o ciclo de aperto monetário pode ter chegado ao fim ontem, quando a Selic (a taxa básica de juros da economia) foi novamente elevada em 0,25 ponto porcentual, a 12,50% ao ano. Um comunicado acompanhou o anúncio da decisão, mas foi suficiente para esfriar as apostas de novo aperto nos juros básicos em agosto ou depois, ao retirar do texto a expressão "ajuste suficientemente prolongado". A expressão foi substituída pelo termo "neste momento".

"A decisão traz alívio, uma vez que não deve haver novos ajustes para cima nos juros. Mas, ainda assim, temos os juros mais elevados no mundo e isso inibe o fluxo de capital para a Bolsa", avalia o economista-chefe da Legan Asset. Ele explica que o custo mais elevado de financiamento somado à perspectiva de crédito mais enxuta afeta a rentabilidade das empresas, esfriando a reação da Bolsa à temporada doméstica de balanços.

Ontem à noite, Natura inaugurou a safra, ao anunciar ligeira queda de 1,8% no lucro líquido do segundo trimestre deste ano, para R$ 188,1 milhões, na comparação com igual período do ano passado. No ano, a empresa de cosméticos acumula lucro de R$ 338,6 milhões, alta de 1,7%, na mesma base de comparação.

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