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Bolsas globais devem ter recuperação branda em 2012

Mesmo com recuperação, a ameaça de uma catástrofe na Europa minando o sentimento sobre mercados desenvolvidos e emergentes

No Brasil, o Ibovespa deverá ganhar cerca de 23% até o fim de 2012, liderando a lista daqueles com perspectiva de performance positiva (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 14h47.

Os índices de ações das economias mais ricas do mundo devem recuperar em 2012 apenas uma fração das grandes perdas registradas neste ano, segundo indicou uma pesquisa da Reuters nesta quinta-feira, com a ameaça de uma catástrofe na Europa minando o sentimento sobre mercados desenvolvidos e emergentes.

Trilhões de dólares foram perdidos pelas ações em 2011 e apenas seis de 19 índices cobertos pela pesquisa devem terminar o próximo ano acima dos níveis de fechamento de 2010. A pesquisa trimestral, com cerca de 350 estrategistas e economistas, foi feita antes do inesperado anúncio da ação coordenada entre os principais bancos centrais do mundo na última quarta-feira, que fez com que os mercados acionários globais subissem.

Os mercados de ações brasileiro, chinês e russo devem ter os melhores desempenhos, mostrou a pesquisa, com ganhos de mais de 20 por cento esperados até o fim do próximo ano. Em contrapartida, os índices de ações de países europeus que provavelmente enfrentarão recessões devem ter ganhos medíocres, mal recuperando as perdas de dois dígitos percentuais registradas neste ano. Na verdade, isso pode se mostrar até otimista demais.

O índice britânico Financial Times e o italiano Ftse/Mib, agora no coração da crise da dívida na zona do euro, devem ter um ano particularmente desapontador. Os analistas consultados não esperam uma escalada catastrófica da crise da dívida europeia, como uma quebra na zona do euro, um cenário que provavelmente faria com que os mercados globais derretessem.


A maioria dos consultados que responderam a uma pergunta extra -31 de 39- afirmaram que as bolsas ainda não precificaram uma quebra na zona do euro de alguma forma. "Montando as peças, acreditamos que os riscos econômicos e financeiros na região devem permanecer o centro das atenções por enquanto", afirmou o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, em uma nota.

"Prevemos novas quedas nos mercados de ações, principalmente na Europa, nos próximos três meses." Uma pesquisa com líderes acadêmicos e ex-políticos na semana passada sugeriu que a zona do euro não irá passar pela crise intacta em sua forma atual.

A medida de emergência por parte dos bancos centrais do mundo para baratear o financiamento em dólares para os bancos da zona euro lembrou uma ação coordenada para estabilizar os mercados globais na crise financeira de 2008 após o colapso do Lehman Brothers.

Retardatários

Todas as bolsas consideradas na pesquisa da Reuters estão no vermelho neste ano, com exceção do índice norte-americano Dow Jones e do sul-africano JSE Top 40. Uma pesquisa mensal da Reuters com gestores de recursos na quarta-feira mostrou uma tendência geral de queda na alocação de capital em ações para níveis vistos em torno da falência do Lehman Brothers, e uma crescente aversão à risco nos ativos europeus.

O índice britânico de ações Financial Times, o maior mercado em capitalização na Europa, irá provavelmente ver ganhos escassos no próximo ano, de menos de 2 por cento. As perspectivas de crescimento para a economia do Reino Unido são sombrias e é difícil ver o que irá levar as ações a subirem.


"A situação da dívida soberana europeia será e é uma grande nuvem sobre a perspectiva econômica", disse o analista Michael Hewson, da CMC Markets. As ações italianas, que perderam quase um quarto de seu valor este ano, não devem se recuperar muito em 2012. A Itália agora se encontra no centro da crise e a falta de confiança de investidores não trará benefícios ao mercado de ações local.

Na liderança

No Brasil, o Ibovespa deverá ganhar cerca de 23 por cento até o fim de 2012, liderando a lista daqueles com perspectiva de performance positiva. "Os fundamentos econômicos do Brasil ainda são muito sólidos", afirmou o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros. "A maioria das empresas estão muito abaixo de seus valores justos e as ações se tornarão ativos mais interessantes com queda da taxa de juros." O índice de Moscou RTS deve subir cerca de 20 por cento.

O índice Shanghai SSE Composite tem uma perspectiva ainda melhor, de alta de 22 por cento após dois anos de perdas. Em geral, a perspectiva é de que as ações asiáticas se destaquem em comparação com os retornos dos mercados mais ricos do mundo. O australiano S&P ASX 200 deverá liderar os ganhos entre os mercados desenvolvidos, subindo cerca de 11 por cento até o fim do próximo ano.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 tem apresenando um desempenho muito melhor que as ações europeias neste ano e possui a expectativa de ganhar mais de 7 por cento até o fim de 2012. O francês CAC 40, que teve um comportamento terrível em 2011 com perdas de 17 por cento até aqui, deverá subir cerca de 9 por cento durante o próximo ano.

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Os índices de ações das economias mais ricas do mundo devem recuperar em 2012 apenas uma fração das grandes perdas registradas neste ano, segundo indicou uma pesquisa da Reuters nesta quinta-feira, com a ameaça de uma catástrofe na Europa minando o sentimento sobre mercados desenvolvidos e emergentes.

Trilhões de dólares foram perdidos pelas ações em 2011 e apenas seis de 19 índices cobertos pela pesquisa devem terminar o próximo ano acima dos níveis de fechamento de 2010. A pesquisa trimestral, com cerca de 350 estrategistas e economistas, foi feita antes do inesperado anúncio da ação coordenada entre os principais bancos centrais do mundo na última quarta-feira, que fez com que os mercados acionários globais subissem.

Os mercados de ações brasileiro, chinês e russo devem ter os melhores desempenhos, mostrou a pesquisa, com ganhos de mais de 20 por cento esperados até o fim do próximo ano. Em contrapartida, os índices de ações de países europeus que provavelmente enfrentarão recessões devem ter ganhos medíocres, mal recuperando as perdas de dois dígitos percentuais registradas neste ano. Na verdade, isso pode se mostrar até otimista demais.

O índice britânico Financial Times e o italiano Ftse/Mib, agora no coração da crise da dívida na zona do euro, devem ter um ano particularmente desapontador. Os analistas consultados não esperam uma escalada catastrófica da crise da dívida europeia, como uma quebra na zona do euro, um cenário que provavelmente faria com que os mercados globais derretessem.


A maioria dos consultados que responderam a uma pergunta extra -31 de 39- afirmaram que as bolsas ainda não precificaram uma quebra na zona do euro de alguma forma. "Montando as peças, acreditamos que os riscos econômicos e financeiros na região devem permanecer o centro das atenções por enquanto", afirmou o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, em uma nota.

"Prevemos novas quedas nos mercados de ações, principalmente na Europa, nos próximos três meses." Uma pesquisa com líderes acadêmicos e ex-políticos na semana passada sugeriu que a zona do euro não irá passar pela crise intacta em sua forma atual.

A medida de emergência por parte dos bancos centrais do mundo para baratear o financiamento em dólares para os bancos da zona euro lembrou uma ação coordenada para estabilizar os mercados globais na crise financeira de 2008 após o colapso do Lehman Brothers.

Retardatários

Todas as bolsas consideradas na pesquisa da Reuters estão no vermelho neste ano, com exceção do índice norte-americano Dow Jones e do sul-africano JSE Top 40. Uma pesquisa mensal da Reuters com gestores de recursos na quarta-feira mostrou uma tendência geral de queda na alocação de capital em ações para níveis vistos em torno da falência do Lehman Brothers, e uma crescente aversão à risco nos ativos europeus.

O índice britânico de ações Financial Times, o maior mercado em capitalização na Europa, irá provavelmente ver ganhos escassos no próximo ano, de menos de 2 por cento. As perspectivas de crescimento para a economia do Reino Unido são sombrias e é difícil ver o que irá levar as ações a subirem.


"A situação da dívida soberana europeia será e é uma grande nuvem sobre a perspectiva econômica", disse o analista Michael Hewson, da CMC Markets. As ações italianas, que perderam quase um quarto de seu valor este ano, não devem se recuperar muito em 2012. A Itália agora se encontra no centro da crise e a falta de confiança de investidores não trará benefícios ao mercado de ações local.

Na liderança

No Brasil, o Ibovespa deverá ganhar cerca de 23 por cento até o fim de 2012, liderando a lista daqueles com perspectiva de performance positiva. "Os fundamentos econômicos do Brasil ainda são muito sólidos", afirmou o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros. "A maioria das empresas estão muito abaixo de seus valores justos e as ações se tornarão ativos mais interessantes com queda da taxa de juros." O índice de Moscou RTS deve subir cerca de 20 por cento.

O índice Shanghai SSE Composite tem uma perspectiva ainda melhor, de alta de 22 por cento após dois anos de perdas. Em geral, a perspectiva é de que as ações asiáticas se destaquem em comparação com os retornos dos mercados mais ricos do mundo. O australiano S&P ASX 200 deverá liderar os ganhos entre os mercados desenvolvidos, subindo cerca de 11 por cento até o fim do próximo ano.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 tem apresenando um desempenho muito melhor que as ações europeias neste ano e possui a expectativa de ganhar mais de 7 por cento até o fim de 2012. O francês CAC 40, que teve um comportamento terrível em 2011 com perdas de 17 por cento até aqui, deverá subir cerca de 9 por cento durante o próximo ano.

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