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Bolsas fecham em queda com indecisão sobre guerra comercial

Prazo para nova rodada de tarifas se aproxima enquanto China e Estados Unidos negociam novo adiamento

Bolsa: Ibovespa cai em meio à indefinição sobre tarifas sobre produtos chineses programada para domingo (15) (Valquer/Fotoarena)

Bolsa: Ibovespa cai em meio à indefinição sobre tarifas sobre produtos chineses programada para domingo (15) (Valquer/Fotoarena)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 18h33.

Última atualização em 10 de dezembro de 2019 às 19h37.

São Paulo - O tempo está se encerrando para que a China e os Estados Unidos cheguem a um acordo antes de domingo (15), quando mais uma rodada de tarifas está programada pelo governo de Donald Trump. A indefinição pressionou os negócios do dia e as principais bolsas do mundo registraram queda de seus principais índices. Por aqui, o Ibovespa caiu 0,28% e fechou em 110.672,01 pontos. Lá fora, os índices S&P 500 (EUA), STOXX 600 (Europa), Hang Seng (Hong Kong) e BSE Sensex (Índia) recuaram 0,11%, 0,26%, 0,22% e 0,61%, respectivamente.

Sem declarações mais pontuais sobre um possível acordo comercial que adiasse as tarifas, a sensação no mercado é a de que as negociações sino americanas não avançaram.  

A queda também ocorre antes das autoridades monetárias do Brasil e dos Estados Unidos se pronunciarem sobre o futuro da taxa básica de juros dos dois países. No mercado, a redução da Selic de 5% para 4,5% é dada como praticamente certa. No caso americano, a expectativa é a de manutenção da taxa atual.

Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Investimentos, o crescimento com inflação baixa nos Estados Unidos reforça a ideia de que os juros fiquem no patamar atual, no intervalo entre 1,50% e 1,75%. “Isso também afasta aquela ideia de recessão”, disse.

Apesar dos gestores darem certa o próximo passo das autoridades monetárias, eles tentam olhar para o caminho as taxas de juros devem percorrer em 2020. Por isso, há forte expectativa para os pronunciamentos das autoridades monetárias. 

Tendo no radar a expectativa de que a diferença entre as taxas de juros americana e brasileira fiquem ainda mais próximas, o dólar interrompeu a sequência de seis quedas consecutivas e subiu 0,518%, encerrando em 4,15 reais

Com o dólar em alta, as ações da GOL foram um dos destaques negativos na Bolsa, após acumularem valorização de 6,8% nos últimos dois pregões.Nesta sessão, os papéis da companhia aérea caíram 4,61%.

As ações da Azul também tiveram um dia ruim e caíram 2,03%. O setor é um dos que mais dependem da moeda americana para pagar gastos recorrentes, como combustível para as aeronaves. 

Os bancos, com grande peso na carteira do Ibovespa, também se desvalorizaram. Quem liderou as baixas do setor foi o Itaú, que recuou 1,45% na Bolsa, apesar da forte demanda no IPO da XP Inc., que será realizado amanhã (11). A segunda maior queda entre os grandes bancos ficou a cargo das ações do Banco do Brasil, que caíram 1,44%.

Pela manhã, as ações das companhias de comunicação chegaram a cair 5%, após a Polícia Federal deflagrar a 69ª fase da Lava Jato, que miram supostos repasses ilegais feitas pela Oi e pela Vivo. Porém, o efeito foi passageiro e os papéis da Oi fecharam em alta de 1,03% e os da Vivo recuaram 0,73%, menos do que a ação da Tim, que caiu 2,15%.

Já a maior alta da sessão ficou a cargo das ações da Gerdau, que subiram 2,85% e fecharam em 17,67 reais. A siderúrgica tem se valorizado com a expectativa de que ela consiga emplacar o aumento do preço do aço longo, muito usado na construção civil. Nos últimos trinta dias, o papel acumulou alta de 15,94%. Hoje, o Bradesco BBI elevou o preço alvo da ação para 24 reais. 

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