Mercados

Bolsas europeias fecham em baixa após sanções à Rússia

Dado fraco do mercado imobiliário norte-americano e a persistência da crise no conglomerado Espírito Santo reforçaram o pessimismo


	Bolsa de Paris: CAC-40 recuou 1,21% e encerrou a 4.316,12 pontos; Carrefour caiu 1,05%
 (Forestier/Getty Images)

Bolsa de Paris: CAC-40 recuou 1,21% e encerrou a 4.316,12 pontos; Carrefour caiu 1,05% (Forestier/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 15h54.

São Paulo - As bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, 17, pressionadas pela aversão ao risco desencadeada pelo anúncio de novas sanções políticas e econômicas contra a Rússia.

No fim da sessão europeia, surgiu a notícia de que um avião de passageiros da Malásia havia sido derrubado. Dado fraco do mercado imobiliário norte-americano e a persistência da crise no conglomerado Espírito Santo reforçaram o pessimismo.

Os EUA e a União Europeia anunciaram ontem uma nova rodada de sanções políticas e econômicas contra a Rússia. Em movimento coordenado com Bruxelas, as medidas apresentadas por Washington têm como alvo empresas dos setores de energia e finanças, como a petrolífera Rosneft, a produtora de gás Novatek e os bancos Gazprombank e Vnesheconombank.

As sanções pressionaram não só os mercados do oeste da Europa como também a bolsa de Moscou. O índice Micex caiu 2,3%, para 1.440,63 pontos. Ao longo do dia, ele chegou a recuar para 1.429,08, menor nível desde maio. Embora não haja expectativa de que as sanções tenham um impacto direto sobre a economia russa, essas penalidades provocam incerteza no mercado.

Nos Estados Unidos, as construções de moradias iniciadas tiveram queda de 9,3% em junho ante maio, para a taxa anual sazonalmente ajustada de 893 mil.

O número é o mais fraco desde setembro de 2013. Foi a segunda queda seguida, após um recuo de 7,3% em maio ante abril, que foi revisado do cálculo original de queda de 6,5%.

As permissões para novas obras - que são um sinal de construções futuras - caíram 4,2%, para a taxa anual sazonalmente ajustada de 963 mil em junho, menor patamar desde janeiro.

A crise no Grupo Espírito Santo (GES) também pesou sobre os mercados. Em decorrência do calote técnico da Rioforte, que pertence ao GES, à Portugal Telecom, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings de crédito de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local da Portugal Telecom para BB+, de BBB-.

A Standard & Poor's rebaixou o rating de longo prazo de crédito de contraparte do português Banco Espírito Santo (BES) e o rating da subsidiária Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) de B+ para B-.

Em resposta, as ações do Banco Espírito Santo caíram 7,91% e as da Portugal Telecom cederam 6,83% em Lisboa. Na Bolsa de Lisboa, o PSI perdeu 0,79% e fechou em 6.249,99 pontos.

Em Paris, o CAC-40 recuou 1,21% e encerrou a 4.316,12 pontos. A varejista francesa Carrefour caiu 1,05%, após relatar aumento das vendas de 0,3% no segundo trimestre.

O conglomerado Bouygues subiu 0,62% depois de o Exane elevar a avaliação sobre a ação para "acima da performance do mercado", na expectativa de que sua operação de telefonia será vendida.

O índice FTSE 100, de Londres, terminou em baixa de 0,68%, a 6.738,82 pontos. As ações da British Petroleum caíram 1,93%, pressionadas pelas sanções impostas contra a Rosneft, na qual a BP tem uma participação de 20%.

A Rexam terminou com perdas de 2,98%, após o Deutsche Bank reduzir sua recomendação para o papel. A ITV subiu 6,15% com notícias de que o Liberty Global está comprando uma participação de 6,4% no grupo.

Na bolsa de Frankfurt, o DAX recuou 1,07% e encerrou a 9.753,88 pontos. A Volkswagen perdeu 2,17% com rumores de uma fusão com a Fiat, embora as duas companhias tenham negado os boatos. A SAP subiu 2,37%, depois de informar bons resultados no segundo trimestre de operações na nuvem.

Em Milão, o FTSE Mib perdeu 2,21%, a 20.603,29 pontos, na mínima, com a pior performance entre as principais bolsas europeias. A Telecom Italia caiu 4,13%, com a notícia de que a Telefonica irá diminuir sua participação na empresa.

A Fiat subiu 1,38%, depois de chegar a avançar 5% durante o pregão, devido aos rumores de que estava em conversações com a VW para fusão. Em Madri, o Ibex 35 caiu 1,17%, a 10.543,30 pontos.

Com informações da Dow Jones Newswires

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBancosCACConstrução civilDAXEmpresas portuguesasEstados Unidos (EUA)EuropaFTSEMercado financeiroPaíses ricosRússiaUnião Europeia

Mais de Mercados

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa tem leve alta após governo anunciar R$ 15 bi de corte de gastos; dólar cai

Netflix supera expectativa e registra 277 milhões de assinaturas pelo mundo

Mais na Exame