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Bolsas europeias caem diante de desaceleração da China

Os comentários do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, não alteraram a tendência baixista dos principais indicadores do continente


	Milão: a maior desvalorização foi vista em Milão, onde o FTSE-MIB caiu 1,43%
 (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Milão: a maior desvalorização foi vista em Milão, onde o FTSE-MIB caiu 1,43% (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 15h40.

São Paulo - As bolsas da Europa iniciaram a semana com perdas, depois que o governo da China reconheceu que a atividade econômica no país está desacelerando, mas apesar disso, nenhuma medida significativa de estímulo está em estudo.

Os comentários do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, não alteraram a tendência baixista dos principais indicadores do continente, que refletiram também a piora na confiança do consumidor da zona do euro.

Em Londres, as operações ainda foram afetadas pela queda de 11,59% nas ações da Tesco, que desabaram diante da notícia de que o resultado financeiro da maior rede varejista britânica pode ter sido superestimado em 250 milhões de libras.

O índice FTSE-100 caiu 0,94%, para 6.773,63 pontos.

Na bolsa de Frankfurt, o índice DAX baixou 0,51%, para 9.749,54 pontos, enquanto em Paris, o CAC-40 recuou 0,42%, para 4.442,55 pontos.

O Ibex-35, da Bolsa de Madri, teve queda de 0,49%, para 10.947,90 pontos; o PSI-20, de Lisboa, baixou 0,38%, para 5.889,39 pontos; e a maior desvalorização foi vista em Milão, onde o FTSE-MIB caiu 1,43%, para 20.673,00 pontos.

A queda generalizada nas bolsas europeias evidencia um movimento de aversão ao risco, desencadeado após o ministro de Finanças da China, Lou Jiwei, reconhecer que a segunda maior economia do mundo está perdendo ritmo.

Ao participar do encontro de ministros de finanças e banqueiros centrais do G-20 na Austrália neste fim de semana, Lou Jiwei ainda destacou que o governo chinês não planeja responder à desaceleração do país com grandes mudanças em sua política econômica.

As preocupações dos investidores ainda foram alimentadas por mais um indicador negativo da zona do euro.

O índice preliminar de confiança do consumidor da região recuou pelo quarto mês consecutivo em setembro, a -11,4, de -10,0 em agosto.

A retração foi maior que a prevista pelos analistas, que esperavam uma leitura de -10,5.

O discurso do presidente do BCE, Mario Draghi, não alterou o humor do mercado. Nesta manhã, ele reafirmou que as políticas monetárias nos EUA e na Europa devem permanecer divergentes por "um longo período de tempo", dadas as diferenças econômicas nas duas regiões.

Draghi ainda destacou que o BCE está pronto para usar instrumentos não convencionais, caso a inflação permaneça baixa por muito tempo.

No cenário corporativo, além da Tesco, as ações da Merck foram destaque, ao subirem 4,23% em Frankfurt após a farmacêutica informar que pagará US$ 17 bilhões pela americana Sigma-Aldrich.

Já em Paris, os papéis da Air France caíram 5,16% diante da greve de pilotos que já se estende por uma semana. 

Com informações da Dow Jones Newswires.

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