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Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2011 às 09h04.
Londres - A preocupação de que a Grécia possa não ter acesso à parcela (tranche) de 8 bilhões de euros do programa de ajuda de 110 bilhões de euros concedido no ano passado desestabilizou as bolsas europeias, que caem forte nesta manhã. Hoje, as negociações entre o governo grego e a delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI), da União Europeia (UE) e do Banco Central Europeu (BCE), para a liberação da tranche, foram suspensas diante da falta de consenso sobre o cumprimento das metas orçamentárias. A ansiedade é ampliada pela expectativa com a divulgação às 9h30 (de Brasília) do relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano.
Às 8h54 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,48% e a Bolsa de Frankfurt cedia 2,7%; a Bolsa de Paris operava em baixa de 2,39%.
A Bolsa de Atenas registrava em queda de 3%. O mercado ficou tenso, embora o governo grego tenha dito que as negociações não estão rompidas e a troica afirmado que voltará para a Grécia no meio do mês, após o governo ter preparado um rascunho do orçamento de 2012. A troica exige medidas adicionais de corte de gastos para liberar a tranche e o governo grego diz que a recessão está dificultando o cumprimento das metas, disse fonte próxima as discussões.
A renovada turbulência nas bolsas levou os investidores para ativos de menor risco como o ouro e os títulos do governo alemão.
Já os spreads (diferença) das taxas dos bônus de governos da periferia da zona do euro subiram. O juro do bônus de 10 anos do governo italiano avançou nove pontos-base para 5,22%, ampliando o spread com o bund alemão de mesmo vencimento para próximo da máxima em um mês a 317 pontos-base. A diferença entre o rendimento do bônus do governo da Espanha e do alemão aumentou 10 pontos-base para 302 pontos-base; e entre o juro do bônus da Grécia e do alemão ampliou-se 15 pontos-base para 1.549 pontos-base. O custo para garantir proteção contra eventual default da dívida soberana da Europa subiu sete pontos-base do fechamento de ontem.
Os bancos são os mais atingidos, novamente, não só pela exposição à Grécia e a outros países da periferia da Europa, mas também pela notícia de ontem do New York Times de que a Agência Federal de Financiamento à Habitação dos EUA (FHFA) vai abrir processos contra mais de uma dúzia de grandes bancos, entre eles Bank of America, JPMorgan Chase, Goldman Sachs e Deutsche Bank, a quem acusa de terem enganado investidores sobre a qualidade de títulos lastreados em hipotecas que venderam no auge da crise financeira. As informações são da Dow Jones.