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Bolsas de Nova York abrem sem tendência única

Por Luciana Xavier Nova York - As Bolsas de Nova York abriram esta quarta-feira em direções distintas. A cautela deve imperar hoje, diante da expectativa do investidor com o anúncio de mais alívio quantitativo pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) hoje e depois do resultado das eleições no país. Números divulgados esta manhã pelo […]

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2010 às 10h38.

Por Luciana Xavier

Nova York - As Bolsas de Nova York abriram esta quarta-feira em direções distintas. A cautela deve imperar hoje, diante da expectativa do investidor com o anúncio de mais alívio quantitativo pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) hoje e depois do resultado das eleições no país. Números divulgados esta manhã pelo relatório ADP e pela Challenger, Gray & Christmas mostram que o mercado de trabalho segue sem força e aumentam a expectativa para o payroll na sexta-feira.

Às 11h37 (de Brasília), o Dow Jones subia 0,08% aos 11.197,42 pontos, o Nasdaq perdia 0,03% para 2.532,61 pontos e o S&P 500 tinha alta de 0,08% aos 1.194,50 pontos.

Os republicanos conseguiram a maioria das cadeiras na Câmara de Representantes, mas o feito não foi repetido no Senado. Fica a dúvida agora se o presidente Barack Obama, cuja imagem se encontra desgastada por não estar conseguindo colocar os Estados Unidos na rota de crescimento, terá sucesso em obter o apoio dos republicanos ou se ficará de mãos atadas. Obama já ligou esta manhã para democratas e republicanos para dizer que está disposto a colaborar, a fim de "fazer avançar este país e conseguir coisas em favor do povo americano".

Analistas esperam o anúncio de compras de US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão em títulos da dívida americana de longo prazo, sendo que apenas alguns acham que a ação pode ser mais agressiva, podendo atingir US$ 2 trilhões. Ou seja, o governo vai comprar títulos que estão nas mãos dos bancos para dar a eles dinheiro que possa ser emprestado aos clientes, numa tentativa de estimular a economia.

A dúvida do mercado é até que ponto o afrouxamento quantitativo é eficaz ou se apenas espalha problemas para outros países, como o Brasil, uma vez que, com dinheiro sobrando, muitos especuladores acabam colocando suas apostas nos emergentes ou mesmo em ações.

O dólar, cada vez mais fraco, acaba colocando lenha na guerra cambial, com cada país tentando proteger suas exportações e suas moedas, e aumenta o risco de bolhas. "É um ato desesperado. Os EUA não estão se importando se o dólar irá enfraquecer mais", disse o co-fundador da firma de investimentos GMO, Jeremy Grantham, à CNBC.

O relatório ADP mostrou a criação de 43 mil empregos no setor privado norte-americano em outubro. Os números vieram acima dos 22 mil esperados, mas ainda assim mostram uma recuperação muito lenta do mercado de trabalho. Outros dados que corroboram esse cenário fraco são os da Challenger, Gray & Christmas, que mostram hoje que as empresas do país planejavam cortar 37.986 vagas em outubro, uma alta de 2,2% em relação a setembro. O que só faz aumentar a expectativa para o relatório de payrolls, na sexta-feira, que espera-se que irá mostrar aumento de 60 mil empregos em outubro. Seja qual for o resultado, o ritmo de criação de empregos deveria ser muito mais vigoroso para dar conta dos cerca de 15 milhões de desempregados no país, dos quais 8,4 milhões ficaram sem emprego durante a crise.

Alguns destaques desta quarta-feira no universo corporativo:

A Fushi Copperweld, que produz fios condutores bimetálicos, teria recebido uma oferta de US$ 11,50 por ação para ser de capital fechado. A empresa vale aproximadamente US$ 434 milhões.

A OpenTable Inc., empresa de reservas de restaurante online, revelou resultados acima do esperado no terceiro trimestre. A Time Warner revelou queda de 21% no lucro líquido do terceiro trimestre.

A seguradora de saúde Aetna teve lucro de US$ 0,84 por ação no terceiro trimestre, superando as estimativas de US$ 0,17 por ação.

O Google concordou em fechar um acordo coletivo com usuários do Gmail, que alegam que o Google Buzz viola a privacidade.

A FedEx irá comprar a empresa indiana AFL Pvt., de logística, distribuição e negócios expressos, por quantia não revelada. Já a Dell anunciou ontem que irá comprar a companhia de software Boomi, por valor também não divulgado.

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