Bolsa: o índice Xangai Composto, principal índice acionário chinês, subiu 0,4%, encerrando o dia a 2.859,76 pontos (Johannes Eisele/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2016 às 09h22.
São Paulo - As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, em meio a expectativas para o Congresso Nacional do Povo na China e após novos sinais positivos da economia dos EUA.
A exceção de destaque foi Hong Kong, que reagiu negativamente a dados fracos do setor de serviços chinês.
O índice Xangai Composto, principal índice acionário chinês, subiu 0,4%, encerrando o dia a 2.859,76 pontos.
Os investidores na China estão à espera do Congresso Nacional do Povo, uma importante reunião política que começa no fim de semana e durante a qual Pequim deverá anunciar planos para estimular a economia, além de estipular a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano.
Segundo o chefe de pesquisa da corretora Core Pacific-Yamaichi International, Castor Pang, o clima é de "esperar para ver" se a aguardada reunião da liderança chinesa trará alguma surpresa.
Ações do setor imobiliário voltaram a se destacar em Xangai, caso da Jinke Property (+2,7%) e da Cinda Real Estate Co. (+1,8%), diante de apostas de que o governo chinês anunciará novos incentivos para a venda de moradias durante o Congresso.
Os negócios desta quinta, porém, ficaram pressionados após o presidente da Bolsa de Xangai, Gui Minjie, afirmar que "estão indo bem os preparativos" para o lançamento de um sistema de ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações baseado em registros. O sistema tende a desviar para os IPOs a liquidez atualmente disponível para a venda e compra de ações existentes.
Além disso, uma nova pesquisa da Caixin e da Markit Economics, divulgada no fim da noite de ontem, mostrou que o setor de serviços chinês se expandiu em ritmo mais fraco em fevereiro do que no mês anterior, reforçando preocupações com a tendência de desaceleração da China. Já a atividade econômica geral do gigante asiático, que engloba serviços e indústria, mostrou contração no mês passado.
O dado chinês decepcionante repercutiu negativamente em Hong Kong, cuja bolsa fechou com queda de 0,31% no Hang Seng, a 19.941,76 pontos, revertendo ganhos de mais cedo da sessão, logo após a publicação do indicador.
Em Shenzhen, onde fica uma bolsa chinesa de menor abrangência, o tom também foi negativo e o índice local teve baixa marginal de 0,1%, a 1.758,13 pontos.
Em outras partes da Ásia, porém, os ganhos foram generalizados, após novos indícios de melhora na economia dos EUA, que ajudaram a aliviar preocupações sobre o crescimento global. Dados publicados ontem mostraram que o setor privado dos EUA criou mais empregos do que o esperado em fevereiro, ajudando as bolsas de Nova York a registrar ganhos moderados na última sessão. Já o relatório do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) conhecido como "Livro Bege" mostrou que a atividade econômica da maioria das regiões dos EUA cresceu nos últimos meses.
No mercado em Taiwan, o índice Taiex subiu 0,8%, a 8.611,79 pontos, impulsionado por ações financeiras e atingindo o maior patamar em quase quatro meses, enquanto em Seul, o índice sul-coreano Kospi avançou 0,55%, terminando o pregão na máxima do dia, a 1.958,17 pontos, e em Manila, o filipino PSEi teve alta de 1,2%, a 6.963,44 pontos.
Na Oceania, a bolsa da Austrália ampliou ganhos recentes, após os preços internacionais do petróleo avançarem pelo terceiro dia consecutivo ontem. O S&P/ASX 200, que reúne as ações mais negociadas em Sydney, subiu 1,2%, a 5.081,10 pontos, no maior patamar desde a primeira semana de janeiro. Com isso, o índice australiano mostra ganhos de 4,1% na semana, mesmo porcentual do declínio acumulado desde o início do ano.
No setor petrolífero australiano, destacaram-se Oil Search (+3,3%), Santos (+2,5%) e Origin Energy (+5,3%).
A mineradora anglo-australiana BHP Billiton, por sua vez, subiu 3,1%, depois de sua joint venture com a Vale - a Samarco - fechar um acordo de indenização com o governo brasileiro, pelos danos e mortes causados pelo rompimento de uma barragem da empresa em Minas Gerais, em novembro do ano passado.