Mercados

Bolsa tem melhor semana desde 2009 antes do G20

O dólar acompanhou o mesmo cenário de redução da aversão a risco e teve a terceira queda na semana de quatro dias úteis

O principal indicador da bolsa encerrou a semana em alta de 0,8 por cento no dia, aos 55.030,45 pontos (Germano Lüders/EXAME)

O principal indicador da bolsa encerrou a semana em alta de 0,8 por cento no dia, aos 55.030,45 pontos (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2011 às 19h42.

São Paulo - O Ibovespa teve a quarta alta consecutiva e acabou encerrando com o maior ganho semanal desde maio de 2009, com a reunião do Grupo dos 20 gerando especulações de que a Europa pode encontrar uma solução para sua dívida.

O dólar acompanhou o mesmo cenário de redução da aversão a risco e teve a terceira queda na semana de quatro dias úteis. Os juros futuros subiram na maioria dos contratos com a amenização dos receios globais e ampliaram a aposta de que o Banco Central manterá o ritmo de corte dos juros na reunião da próxima semana. Veja o fechamento dos principais índices no dia:

Internacional: Bolsas, euro e commodities avançam com G-20 e EUA

Os principais índices das bolsas americanas e europeias subiram à espera de uma reunião de dois dias do Grupo dos 20 em Paris, que começou hoje, e após indicador de vendas no varejo nos EUA e o balanço da Google Inc. superarem as estimativas. Google subiu até 7,3 por cento na máxima após a empresa anunciar ontem lucro acima do esperado. Syngenta AG se valorizou até 4,4 por cento após anunciar balanço.

S&P 500 +1,74%
Dow Jones +1,45%
Nasdaq  +1,82%
IBX 100 +0,63%
Ibovespa +0,79%
BM&FBovespa Small Cap +1,27%

O euro se aproximou do maior nível desde o começo de setembro após o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy F. Geithner, dizer à CNBC que a “Europa está claramente” se movendo para uma solução da crise.


As vendas do varejo americano subiram 1,1 por cento em setembro, após alta revisada de 0,3 por cento em agosto. A estimativa mediana era de alta de 0,7 por cento no mês passado, segundo pesquisa Bloomberg. A confiança do consumidor foi de 57,5 em outubro, ante estimativa mediana de 60,2, disse a Universidade de Michigan.

O petróleo subiu em Nova York, ensaiando a segunda semana de ganhos, com especulações de que a Europa pode conter sua crise e após dado de vendas nos EUA. O cobre avançou em Londres com sinais de que a demanda está se sustentando na China.

Bolsa: Ibovespa fecha em alta no dia e na semana com Europa

O Ibovespa encerrou com a quarta alta seguida e o melhor desempenho semanal desde maio de 2009, com o otimismo predominante sobre uma solução para a crise de dívida na Europa.

O principal indicador da bolsa encerrou em alta de 0,8 por cento no dia, aos 55.030,45 pontos, puxado principalmente por Petróleo Brasileiro SA, Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA e Vale SA.

Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 7,4 por cento, o melhor desempenho desde o período encerrado em 8 de maio de 2009.

“No curto prazo, a volatilidade deve continuar”, disse Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW Corretora, em entrevista por telefone de São Paulo. “Há um pouco mais de otimismo sobre a crise da dívida na Europa com os líderes do G-20 reunidos hoje para discutir o assunto.”

O Ibovespa entrou no chamado “bear market” em julho após acumular 20 por cento de perda desde sua pontuação máxima alcançada em novembro do ano passado. O índice ampliou as perdas para 25 por cento até ontem e é negociado a 8,9 vezes a estimativa de lucros dos analistas, segundo dados semanais compilados pela Bloomberg.

Juros: DI sobe com apostas em manutenção de ritmo por Copom

Os juros nos mercados futuros subiram nos contratos a partir de janeiro de 2012 com investidores ampliando as apostas na manutenção do ritmo de corte da taxa Selic na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária.


“O mercado está reavaliando as perspectivas para as taxas de juros”, disse Ures Folchini, chefe de renda fixa do Banco WestLB do Brasil SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “Parece que a Europa está buscando uma solução de longo prazo para a estabilidade do euro. Se isso ocorrer, podemos não ter uma recessão longa como se vinha temendo.”

A inadimplência do consumidor brasileiro caiu 3 por cento em setembro sobre agosto, disse hoje a Serasa Experian.

O País precisa ter um olho na inflação e outro no crescimento, disse a presidente Dilma Rousseff, ontem em evento em Curitiba. O Brasil precisa ser sério e prudente em suas políticas macroeconômicas, disse Dilma. Ela disse que o governo vai transformar em consumidores 16 milhões de pessoas com o combate à pobreza.

DI Janeiro 2012: +0,2 ponto-base, para 11,187%
DI Janeiro 2013: +10 pontos-base, para 10,55%

Câmbio: Dólar cai ao menor nível em quase 1 mês com Europa

O dólar atingiu o menor nível desde 16 de setembro e teve a segunda queda semanal seguida com a reunião do Grupo dos 20, em Paris, estimulando especulações sobre uma ação das autoridades para estancar a crise da dívida e ampliando a demanda por ativos de maior retorno.

“O euro está se apreciando e o real acompanha”, disse Italo Abucater, chefe da mesa de câmbio da ICAP do Brasil em entrevista por telefone de São Paulo. O encontro das autoridades na Europa ajuda a “estabilizar os mercados” mesmo que não tenha surgido nenhuma notícia concreta para resolver a crise, disse ele. “O que temos é uma ação para estancar a sangria.”

Segundo Abucater, o mercado cambial ficará em “compasso de espera” para a reunião do Copom na próxima semana.O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a crise europeia já se transformou em um problema mundial. O ministro disse a jornalistas em Paris que há no G-20 concordância em relação às possíveis soluções que podem ser usadas para combater a crise. 

Dólar: -1,04%, para R$ 1,7328

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasIbovespaMercado financeiroservicos-financeiros

Mais de Mercados

Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas

Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024

Banco Central fará leilão à vista de até US$ 3 bi na quinta-feira

Marcopolo avança na eletrificação com aquisição de participação em empresa chilena