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Bolsa fecha em alta de quase 4% com especulações sobre desfecho eleitoral

De acordo com dados preliminares, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 3,92 por cento, a 81.703,11 pontos

B3: o giro financeiro alcançava 15,48 bilhões de reais (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)

Karla Mamona

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 17h11.

Última atualização em 2 de outubro de 2018 às 17h59.

São Paulo - O Ibovespa fechou em alta de quase 4 por cento nesta terça-feira, 2, em meio a especulações sobre o desfecho das eleições, após pesquisa Ibope mostrar aumento da vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) na liderança da corrida presidencial, em sessão com forte volume financeiro na bolsa paulista.

O índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 3,78 por cento, a 81.593,85 pontos, maior alta desde 7 de novembro de 2016, em movimento capitaneado por papéis de empresas de controle estatal. Na máxima, saltou 4 por cento. O giro financeiro alcançou 16,4 bilhões de reais.

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Levantamento Ibope conhecido na noite de segunda-feira mostrou Bolsonaro com 31 por cento das intenções de voto, seguido pelo candidato do PT, Fernando Haddad, com 21 por cento. Em sondagem anterior do Ibope, o candidato do PSL tinha 27 por cento.

"A pesquisa Ibope foi o gatilho para a euforia", disse o gerente de investimentos de um fundo de pensão no Rio de Janeiro, citando comentários no mercado de apostas de uma eventual vitória de Bolsonaro ainda no primeiro turno. "Mas me parece prematuro, o risco Haddad ainda é relevante".

Em nota a clientes mais cedo, a equipe da Brasil Plural frisou a pesquisa Datafolha ainda nesta terça-feira e a Ibope, na quinta, para avaliar se as tendências apontadas na sondagem conhecida na véspera se confirmam.

O chefe da área de renda variável da corretora de um banco em São Paulo citou bastante fluxo comprador na bolsa, tanto local como estrangeiros. "Muitos fundos estavam com posições elevadas de caixa, com pouca alocação em bolsa", afirmou, citando que o enfraquecimento de Haddad animou compras.

Apesar de Haddad ter sinalizado recentemente uma política menos heterodoxa, a preferência por Bolsonaro persiste entre agentes financeiros, dada a desconfiança em relação à capacidade do candidato do PT de implementar uma política de maior austeridade fiscal e promover reformas como a da Previdência.

Desde o mês passado, profissionais do mercado financeiro têm citado retorno de capital externo para a bolsa brasileira, em movimento que acompanha fluxo para emergentes. Em setembro, houve entrada líquida de mais de 3 bilhões de reais, ajudando o saldo do ano a ficar positivo em 294,6 milhões de reais.

Em Wall Street, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam próximo da estabilidade, afetados pelo declínio dos papéis do Facebook, mas o Dow Jones avançou para nova máxima recorde.

DESTAQUES

- BANCO DO BRASIL disparou 11,41 por cento, maior diária alta desde abril de 2016, liderando ganhos de bancos, suscetíveis ao cenário eleitoral. ITAÚ UNIBANCO subiu 3,85 por cento, BRADESCO PN ganhou 5,89 por cento e SANTANDER BRASIL avançou 7,44 por cento.

- PETROBRAS PN subiu 8,67 por cento, entre os maiores ganhos, apesar da fraqueza dos preços do petróleo, uma vez que os papéis da petrolífera de controle estatal figuram entre os mais sensíveis a expectativas sobre a disputa presidencial. PETROBRAS ON avançou 6,74 por cento.

- ELETROBRAS ON encerrou em alta de 11,45 por cento, enquanto CEMIG PN teve elevação de 7,28 por cento e COPEL PNB, que subiu 6,83 por cento. Ainda no setor de serviços públicos de controle estatal, SABESP apreciou-se 9,26 por cento.

- VALE terminou com elevação de 1,32 por cento, acompanhando o avanço de outras mineradoras no exterior.

- QUALICORP avançou 10,91 por cento, após desabar quase 30 por cento na véspera, na esteira de um anúncio de acordo de não competitividade com o fundador José Seripieri Filho, dono de cerca de 15 por cento da empresa de planos de saúde, pelo qual ele receberá 150 milhões de reais.

- SUZANO e FIBRIA caíram 3,375 e 1,93 por cento, respectivamente, com o recuo de mais de 2 por cento do dólar ante o real abrindo espaço para alguma realização de lucros, particularmente em Suzano, que acumula alta de mais de 150 por cento no ano.

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