Bolsa de Cingapura e de Sydney se fundem (Torsten Blackwood/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 18h04.
Sydney - As Bolsas de valores de Cingapura e Sydney anunciaram nesta segunda-feira um projeto de fusão de 8,2 bilhões de dólares, do qual nascerá um dos centros financeiros mais poderosos e diversificados do mundo.
A Bolsa de Cingapura (SGX) fez uma oferta de 8,2 bilhões de dólares para absorver a Bolsa de Sydney (ASX).
Com uma capitalização de mais de 12,3 bilhões de dólares na sexta-feira, o novo grupo formará a quinta maior praça financeira mundial, atrás de Hong Kong, Chicago, Brasil e Alemanha, indicaram os dois grupos em um comunicado.
"Em 2020, dentro de menos de 10 anos, quase metade do PIB mundial estará na região do Pacífico asiático", disse Magnus Bocker, diretor geral da SGX, que provisoriamente assumirá o posto de presidente da nova companhia.
"É uma oportunidade que não podemos desperdiçar", acrescentou.
A oferta revelada após uma reunião em Cingapura valorizou as ações da ASX, que chegaram a 48 dólares australianos (47,6 dólares americanos), preço quase 40% superior ao de sua cotação de sexta-feira.
ASX e SGX preservarão suas identidades e estarão sujeitas às respectivas regulamentações locais.
O objetivo da fusão é unir o peso da Bolsa de Sydney no setor de matérias-primas à importância da de Cingapura, mais internacional e permeável ao dinamismo da economia chinesa.
Em termos de empresas cotadas, a fusão ASX-SGX superará Tóquio e promoverá a nova praça ao posto de segundo maior pólo da região depois de Mumbai, oferecendo mais de 2.700 companhias de mais de 20 países, entre elas 200 chinesas.
O Wall Street Journal (WSJ) estima que a fusão deve criar um mercado de aproximadamente 1,9 trilhão de dólares.
A operação, que deve ser concluída no segundo trimestre de 2011, ainda precisa ser aprovada pelas autoridades dos dois países. O processo pode encontrar obstáculos na Austrália, já que o governo de Cingapura é um acionista importante da SGX.
O presidente da Comissão Australiana de Concorrência e Consumo (ACCC), Graeme Samuel, no entanto, considerou que não deve haver problemas com a fusão.
"Este é um assunto entre a Bolsa de Cingapura e a de Sydney, e não vejo em que sentido criaria problemas de concorrência", declarou Samuel à rede australiana ABC.