Diretor de operações da bolsa poderá redefinir o preço-base caso ache necessário (.)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2010 às 11h50.
São Paulo - A BM&FBovespa (BVMF3) divulgou, nesta segunda-feira (13), um novo sistema de controle para as variações exageradas nos preços das ações ao longo do dia. Segundo o novo sistema, os ativos que oscilarem mais que 15% em relação ao fechamento do dia anterior entrarão no sistema de leilão de 1 até 15 minutos. O novo limite vale para a negociação de ações, cotas de fundos de índices (ETFs) e demais ativos negociados no mercado a vista e começa no dia 27 de setembro.
A bolsa explica ainda que, depois de entrar em leilão, o preço-base não será mais o do fechamento do dia anterior, mas sim o valor que resultar do leilão ocorrido após o preço ter atingido o limite diário de 15%. O limite não incidirá sobre os leilões. Portanto, o preço resultante do leilão poderá apresentar uma variação acima da trava de 15%. O novo controle não substitui o limite de oscilação entre negócios consecutivos.
Nesse mecanismo já existente no sistema Mega Bolsa, a bolsa compara o preço de fechamento de cada negócio com o último. Caso um percentual preestabelecido seja atingido, as negociações são interrompidas e submetidas a leilão por um período de cinco minutos. O debate sobre o controle de preços durante o dia voltou a tona depois da ainda sem explicação derrocada dos mercados no último dia 6 de maio.
Conhecido como "Flash Crash", o evento teria ocorrido por um erro de digitação (fat finger). Outros tantos passaram a jogar pedras nos investidores de alta frequência, que poderiam ter enviado ordens de uma forma descontrolada por conta de problemas com os programas de computador que operam diretamente no mercado, conhecidos como "robotraders". Nos EUA, as bolsas passaram a adotar o limite individual das ações, parecido com o sistema divulgado hoje pela bolsa.
Naquele dia, durante vinte minutos, as telas de negociações revelavam um cenário inacreditável. Os principais índices de ações passaram a despencar de um segundo para o outro. No Brasil não foi diferente. Por aqui, o índice Bovespa chegou a cair 6,38%. Sem entrar na questão de quem disparou o gatilho, os reguladores se debruçaram sobre os efeitos de um "erro" no desempenho de cada ação.
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