Bolsa busca se manter no azul, mas relação comercial EUA-China pressiona
Às 11:11, o Ibovespa subia 0,09 por cento, a 85.442 pontos
Reuters
Publicado em 2 de abril de 2018 às 10h29.
Última atualização em 2 de abril de 2018 às 11h20.
São Paulo - O principal índice de ações da B3 buscava se sustentar no azul na manhã desta segunda-feira, na volta de fim de semana prolongado por feriado, apoiado no avanço das ações da Vale, mas o ímpeto era contido pelo viés negativo no exterior, em meio à retomada das preocupações sobre a relação comercial entre Estados Unidos e China.
Às 11:11, o Ibovespa subia 0,09 por cento, a 85.442 pontos. O volume financeiro somava 1,3 bilhão de reais.
A China anunciou no final do domingo que elevou tarifas em até 25 por cento sobre 128 produtos dos EUA, de carne suína congelada e vinho a certas frutas e nozes, ampliando a disputa entre as duas maiores economias do mundo, em resposta à tarifas norte-americanas sobre as importações de aço e alumínio. As taxas entrarão em vigor nesta segunda-feira.
Além disso, o governo do presidente Trump divulgará nesta semana a lista de importações chinesas que serão objeto de tarifas dos EUA para punir Pequim por políticas de transferência de tecnologia.
Em Wall Street, o S&P 500 cedia 0,73 por cento nos primeiros negócios, com o setor de tecnologia também ainda sob pressão.
Na cena doméstica, pesquisa Focus contribuía do lado positivo, com queda nas expectativas para a inflação medida pelo IPCA em 2018 e para a taxa Selic no final do ano, enquanto agentes financeiros aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira.
O primeiro pregão do mês também trazia a primeira prévia da carteira do Ibovespa que vai vigorar no período de maio a agosto deste ano, com a entrada das ações da B2W e da Gol e saída de Marfrig.
Destaques
- VALE ON subia 2 por cento, após o conselho de administração aprovar nova política de remuneração aos acionistas, que entra em vigor a partir da publicação do resultado do primeiro semestre. As ações ainda tinham como pano de fundo a alta do minério de ferro <.IO62-CNO=MB> na China.
- BRF ON avançava 1,49 por cento, tendo no radar a decisão da China de adotar tarifas adicionais de 25 por cento para oito produtos dos EUA, incluindo carne suína. Em nota recente, antes do anúncio chinês, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse que os embarques brasileiros de carne suína poderiam se beneficiar dessa possível elevação.
- GERDAU PN tinha elevação de 2,58 por cento, em sessão também positiva para as siderúrgicas, com os futuros do aço na China subindo pelo quinto dia consecutivo nesta segunda-feira, em meio a expectativas de que a demanda no maior consumidor mundial do produto acelerará junto com a atividade de construção. A Gerdau informou nesta segunda-feira que conclui venda de ativos nos EUA para a Optimus Steel. CSN ON subia 1,36 por cento.
- MAGAZINE LUIZA ON tinha elevação de 1,70 por cento, em sessão positiva para outras ações de varejo também, conforme segue a expectativa de recuperação da atividade doméstica e manutenção dos juros em níveis recordes de baixa.
- BRASKEM PNA cedia 1,77 por cento, em meio a ajustes após alta de quase 7 por cento na última quinta-feira, quando a petroquímica divulgou resultado trimestral robusto e disse esperar um fluxo de caixa mais forte em 2018, o que deve permitir à petroquímica continuar entregando bons dividendos, mesmo com o aumento esperado dos investimentos.