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Bolsa abre em baixa sob pressão da China e do Copom

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, com o patamar dos 70 mil pontos ameaçado, após a divulgação de dados econômicos na China e a alta da Selic (a taxa básica de juros) no Brasil. Enquanto o temor de novos aumentos nos juros chineses prejudicam as […]

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 10h57.

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, com o patamar dos 70 mil pontos ameaçado, após a divulgação de dados econômicos na China e a alta da Selic (a taxa básica de juros) no Brasil. Enquanto o temor de novos aumentos nos juros chineses prejudicam as commodities (matérias-primas) e deixam os mercados internacionais na defensiva, a retomada do ciclo de alta da Selic pressiona as ações ligadas ao consumo. A agenda carregada nos Estados Unidos eleva a cautela em todo o mundo. Às 11h21 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,24%, para 69.890 pontos.

Mesmo com a redução da inflação na China em dezembro, para 4,6%, ante os 5,1% de novembro, o exterior segue preocupado com a possibilidade de novos aumentos dos juros no país asiático. Os dados divulgados hoje mostraram que a economia chinesa se acelerou no quarto trimestre de 2010, para 9,8%, ante os 9,6% do fim do período imediatamente anterior. Com isso, a leitura do mercado é de que Pequim deve adotar novas medidas de aperto monetário em breve.

No Brasil, o ciclo de alta da Selic foi retomado ontem, com o aumento de 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano, como previsto. A decisão de ontem foi unânime e, em seu comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) salientou que apenas deu "início a um processo de ajuste da taxa básica" para que a inflação convirja à trajetória de metas.

Diante desses dois fatores, analistas apostam em um Bolsa amplamente pressionada. "O sentimento inicial é pessimista. As ações ligadas às commodities devem cair com a China e os papéis de bancos e de varejo tendem a ser pressionados pela decisão do Copom", afirma o economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante.

Segundo ele, a tradicional leitura de que a elevação da Selic vem acompanhada de alta dos papeis do setor financeiro no dia posterior pode não se confirmar hoje. "O fato de o comunicado ter mencionado as ações macroprudenciais deixa aberta uma janela para que novas medidas possam surgir", avalia. Já as ações de construtoras podem ser menos afetadas, em meios às apostas de menor restrição no crédito imobiliário, mesmo com as medidas de aperto.

Mas os EUA ainda reservam uma agenda relevante. A começar pelos pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país, que saem às 11h30 (horário de Brasília). No início da tarde, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) da Filadélfia anuncia o índice de atividade regional em janeiro. Também serão divulgados as vendas de imóveis residenciais usados e o índice dos indicadores antecedentes, ambos referentes a dezembro. Às 14 horas saem os estoques norte-americanos de petróleo bruto e derivados na semana passada. Na safra de balanços, o destaque são os números trimestrais das empresas de tecnologia AMD e Google, da montadora Ford e do banco Morgan Stanley.

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