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BNP prevê dólar a R$ 4,60 e inflação acima da meta em 2022

Chefe de pesquisa para a América Latina vê fundamentos para valorização do real, mas não descarta volatilidade em período eleitoral

Dólar | Foto: Lee Jae-Won/ Reuters (Lee Jae-Won/Reuters)

Dólar | Foto: Lee Jae-Won/ Reuters (Lee Jae-Won/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de junho de 2021 às 16h03.

Com eleições marcadas para o próximo ano, a expectativa do mercado expressa no último boletim Focus é de que o dólar acelere e encerre 2022 a 5,20 reais. Mas, pelas projeções do BNP Paribas, o preço do dólar deve ficar bem abaixo desse patamar, em 4,60 reais. 

“Isso não virá sem volatilidade. Há muitas incertezas macroeconômicas devido ao ambiente político. Mas, passada as eleições, o câmbio deve convergir para o fundamento”, afirma Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para a América Latina do BNP.

Pelos fundamentos, diz o economista, o real deve ser favorecido pelo crescimento global esperado pelo próximo ano, que deve manter as commodities “bastante valorizadas”, e pelo patamar de juros mais alto no Brasil.

“O fator juros faz muita diferença. O real teve a pior performance do mundo até pouco tempo, mas recentemente tem evoluído de forma muito positiva, com dólar chegando a 4,90 reais”, diz em referência ao ciclo de alta da Selic pelo Banco Central

Embora otimista com os efeitos da política monetária no câmbio, Arruda não acredita que o Banco Central conseguirá domar a inflação tão cedo. Segundo ele, o IPCA deve ficar em 4% no próximo ano, acima da meta de inflação de 3,5%. 

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“A permanência de uma inflação mais alta deve marcar a retomada da atividade econômica. Se subir [a taxa Selic] para convergir a inflação para a meta para o ano que vem, pode ser que tenha que cortar muito rapidamente para não ter inflação abaixo da meta em 2022”

Para este ano, as projeções do BNP apontam para um IPCA de 6,5%, acima da mediana das expectativas colhidas pelo último boletim Focus, de 6%. 

Na conta, está a alta do preço da energia, pressionada pela crise hídrica, e a possibilidade de a inflação de serviços se fortalecer com a maior circulação de pessoas esperada no segundo semestre. Para o câmbio, a previsão é de que o dólar encerre 2021 cotado a 4,75 reais.

 

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