Mercados

BNDES está frustrado com volume de emissão de debêntures

Presidente do banco mostrou-se frustrado com a captação de recursos através de debêntures em 2014


	O presidente do BNDES, Luciano Coutinho
 (Marcos Issa/Bloomberg)

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho (Marcos Issa/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2014 às 20h55.

Rio de janeiro - A pouco mais de quatro meses para o fim do ano, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, segue evitando fazer prognósticos para desembolsos do banco em 2014, mas mostrou-se frustrado nesta quarta-feira com a captação de recursos através de debêntures.

Segundo ele, o volume de emissões desses instrumentos está abaixo das expectativas e o movimento mais modesto está associado a juros mais altos e condições menos favoráveis.

"O mercado está preparado, quer os papéis, mas os empreendedores numa circunstância como essa, de taxas muito altas, preferem emitir um pouco mais adiante, com custo mais barato", disse Coutinho a jornalistas.

"Há uma frustração da nossa expectativa. A gente esperava um volume de emissão maior do que fato vai acontecer, o que reflete um pouco na questão do desembolso (do BNDES) no ano", afirmou.

Perguntado se a frustração com as debêntures não pressionaria o BNDES a elevar os desembolsos do banco, Coutinho respondeu que é "preciso ver e esperar mais um pouco" antes de se diagnosticar as projeções sobre liberações de recursos.

"Se o BNDES desembolsa com mais fonte de mercado não é problema; o problema é desembolso com fonte TJLP".

O BNDES vem afirmando que os desembolsos esse ano poderiam desacelerar mediante uma maior participação do mercado de capitais nos financiamentos às companhias. Essa expectativa ainda não se confirmou.

Em 2013, o BNDES liberou pouco mais de 190 bilhões de reais. Os desembolsos do banco entre janeiro e abril subiram 8 por cento ante mesma etapa do ano passado, a 58,8 bilhões de reais.

Elétricas

Coutinho disse ainda que o banco segue avaliando como participar do empréstimo para as distribuidoras de energia elétrica, que poderia chegar a cerca de 3,5 bilhões de reais.

"Estamos examinando, vamos participar com 'funding' em condições de mercado. Temos consciência da urgência das empresas", disse o executivo.

O eventual empréstimo do BNDES faz parte de uma operação maior, de 6,5 bilhões de reais, para o setor cobrir até o fim do ano despesas com compra de energia no mercado de curto prazo.

Acompanhe tudo sobre:B3BNDESbolsas-de-valoresDebênturesMercado financeiro

Mais de Mercados

Fed pode estar prestes a reduzir taxas de juros pela primeira vez desde 2020; entenda

Pressão sobre grande investidor pode estar por trás da queda do petróleo, diz Gavekal

Possibilidade de novo acordo traz alívio e Azul sobe 18% na bolsa

Ibovespa fecha em alta com ajuda de Vale e de olho em corte de juros nos EUA; dólar cai