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Bovespa vê ano desafiador para volumes no mercado de ações

Segundo presidente, bolsa terá um ano desafiador para manter o volume de negócios no seu principal mercado nos mesmos níveis de 2013


	Entrada da BM&FBovespa: mercado à vista teve em 2013 volume financeiro de R$ 1,83 trilhão, crescimento de cerca de 3% em relação a 2012
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Entrada da BM&FBovespa: mercado à vista teve em 2013 volume financeiro de R$ 1,83 trilhão, crescimento de cerca de 3% em relação a 2012 (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 15h40.

São Paulo - A BM&FBovespa terá um ano desafiador para manter o volume de negócios no seu principal mercado nos mesmos níveis de 2013, enquanto conclui o bilionário projeto de unificação de clearings e busca a sua internacionalização, disse à Reuters o presidente da bolsa, Edemir Pinto.

A empresa está se preparando para a chegada no Brasil de bolsas concorrentes com o lançamento de novos produtos e um projeto para listagem de empresas de pequeno e médio portes. Com isso, quer diversificar as fontes de receita e crescer, mesmo num persistente cenário de baixa expansão da economia brasileira que, segundo Edemir, tem afugentado investidores.

"Será um de muitos desafios ter volumes que tivemos em 2013 no mercado de ações", disse o executivo. "Se tivermos volume de IPOs (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês) semelhante ao de 2013, está ótimo", acrescentou.

O mercado à vista da Bovespa teve em 2013 volume financeiro de 1,83 trilhão de reais, crescimento de cerca de 3 por cento em relação ao ano anterior, em parte devido à alta volatilidade do mercado e à estreia de 10 novas companhias no pregão, como a BB Seguridade.

No total, as ofertas públicas de ações no ano passado movimentaram perto de 24 bilhões de reais, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Para Edemir, as eleições presidenciais, os feriados locais ligados à Copa do Mundo e a turbulência com a redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos tendem a inibir a entrada de investidores na bolsa local, incluindo estrangeiros, responsáveis por quase 44 por cento das transações na Bovespa em 2013.

O segmento BM&F --onde são negociados contratos de agronegócio, câmbio e juros-- tende a ter volume crescente em 2014, diante de um cenário de maior volatilidade, previu.

Após um boom de 2003 a 2007, a bolsa brasileira acusou os efeitos da crise financeira internacional e do baixo crescimento da economia doméstica, que frustraram investidores e consequentemente desestimularam as empresas a se listarem no pregão.


Com investidores ainda pessimistas em relação ao desempenho das ações brasileiras em 2014, a bolsa quer deslanchar um programa iniciado em 2012 para estimular a listagem de empresas menores, com receita anual de até 500 milhões de reais, no segmento de acesso que batizou de Bovespa Mais, criado há 10 anos e que tem apenas 9 empresas listadas.

A companhia espera anunciar o projeto após o governo aprovar benefício fiscal para as empresas que ingressarem neste mercado e para os investidores, na forma de isenção de imposto de renda por pelo menos cinco anos.

"Vamos fazer o anúncio a qualquer momento", disse Edemir, acrescentando que a bolsa já foi consultada por cerca de 220 empresas interessadas no setor.

Simultaneamente, a bolsa trabalha para concluir nos próximos meses seu projeto de unificação de suas quatro clearings (câmbio, ações, derivativos e outros ativos), que consumirá investimentos de mais de um bilhão de reais. Com a integração, a bolsa calcula que os investidores terão economias de depósito de margens de até 70 por cento, o que a tornaria mais competitiva no plano internacional.

Vencida essa etapa, disse Edemir, o próximo item da agenda será ampliar a internacionalização, buscando parcerias com bolsas globais, possivelmente nos moldes da fechada com o CME Group em 2010, que incluiu acordos de roteamento de ordens e uma participação acionária cruzada entre ambas.

"Como consequência de novos acordos, podemos ter listagem dupla de produtos e uma participação pequena em outras bolsas", disse Edemir, descartando aquisições.

No plano macroeconômico, Edemir considerou que o governo federal percebeu a necessidade de restaurar a confiança do mercado, arranhada com a combinação de baixa expansão econômica, inflação alta, piora das contas públicas e medidas que criaram um clima maior de aversão a risco.

"Os investidores temem uma mexida nas regras do jogo".

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