Mercados

BM&FBovespa mira oportunidades; foco é Ásia

A BM&FBovespa possui um acordo com a Bolsa de Hong Kong para permitir dupla listagem de empresas que tenham ações nesses mercados.

Indicadores na BM&FBovespa (Germano Lüders/EXAME)

Indicadores na BM&FBovespa (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2011 às 23h45.

São Paulo - A BM&FBovespa está atenta a oportunidades em meio à onda de consolidação de operadoras de bolsa no exterior, e tem particular interesse no continente asiático, afirmou à Reuters o presidente-executivo da bolsa paulista, Edemir Pinto, nesta segunda-feira.

Ao ser indagado se há alguma negociação de fusão ou aquisição em curso neste momento, Edemir respondeu apenas que está "olhando as oportunidades".

Dois acordos anunciados na semana passada envolvendo bolsas de valores no exterior colocaram a BM&FBovespa, quarta maior do setor no mundo em capitalização de mercado, no radar de investidores.

"Todas as bolsas que têm seu papel listado têm uma plaquinha e têm um preço, e a nossa bolsa não é diferente e está sempre olhando oportunidades, não só para crescer como para se expandir", disse. "A nossa bolsa sempre esteve muito atenta e está acompanhando todos esses movimentos e olhando oportunidades."

Na semana passada, a alemã Deutsche Bourse anunciou estar em negociação avançada para comprar a NYSE Euronext, transação que criaria a maior empresa de bolsas de valores do mundo. E a London Stock Exchange (LSE) disse que irá se unir ao controlador da bolsa de valores canadense TMX Group.

"Tanto no caso da NYSE com Deutsche como LSE e TMX a gente vê um mercado maduro, um mercado já consolidado, onde é o mesmo bolo. Esse é um tipo de modelo que na minha avaliação falta um pouco de oportunidade de crescimento e de expansão", disse Edemir.

"O grande objetivo (da BM&FBovespa) é sempre buscar mais volume e mais liquidez. O grande objetivo não é aquele de investimento financeiro para ser simplesmente um acionista. Temos que analisar mercados e bolsas que têm um valor agregado em produtos e liquidez, isso são mercados que nos interessam."

"Eu vejo hoje o continente asiático, própria Índia, a China, com mais potencial", acrescentou, ao ser perguntado especificamente sobre interesse na Bolsa de Hong Kong, com a qual a BM&FBovespa já tem parceria.

Leia Mais: As principais análises de ações do início da semana

Direto da Bolsa: Ibovespa pode subir até 30% após correção


A BM&FBovespa possui um acordo com a Bolsa de Hong Kong para permitir dupla listagem de empresas que tenham ações nesses mercados.

Do fechamento de 8 de fevereiro, antes da divulgação dos planos de compra da NYSE Euronext pela Deutsche Boerse e da união entre a LSE e o TMX Group, até esta segunda-feira, dia 14, as ações da BM&FBovespa subiram acima de 7 por cento, contra alta de cerca de pouco mais de 1 por cento do Ibovespa no mesmo intervalo.

CME GROUP

Edemir lembrou, ainda, que a BM&FBovespa tem na mesa uma série de iniciativas, destacando a aliança com o norte-americano CME Group, de Chicago, pela qual há uma participação societária cruzada entre as companhias.

"Temos um intercâmbio fantástico entre as duas bolsas", comentou, adicionando que como qualquer acordo há "espaço para crescer" a parceria.

Há um ano, ao anunciar aumento da fatia no CME Group de 1,8 para 5 por cento, a BM&FBovespa revelou a ambição de ser a segunda maior bolsa de valores do mundo até 2012.

O presidente da bolsa paulista citou também acordos sendo costurados com outras bolsas da América Latina, mas nesses casos sempre com foco em cooperação operacional.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valores

Mais de Mercados

Megafusão de Honda e Nissan: um 'casamento' de conveniência sob intensa pressão

Bolsas de NY vivem pregão pressionado e Ibovespa cai; dólar volta aos R$ 6,19

Embraer assina contrato para vender 2 unidades do C-390 Millennium para cliente não revelado

Crise das emendas, IPCA-15 e dados de emprego: o que move o mercado