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Maior gestora do mundo vende ações da Vale

Desaceleração do crescimento da China está derrubando os preços dos metais

Logo da Vale do lado de fora do escritório comercial central em Sain-Prex, perto de Genebra (Denis Balibouse/Reuters)

Logo da Vale do lado de fora do escritório comercial central em Sain-Prex, perto de Genebra (Denis Balibouse/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 15h40.

São Paulo - A BlackRock Inc. cortou seus ativos da Vale SA, maior produtora de minério de ferro do mundo, à medida que a desaceleração do crescimento da China está derrubando os preços dos metais, disse o gestor de fundos Will Landers três meses depois de chamar a ação de compra “mais óbvia” do Brasil.

“Os preços caíram na China mais rapidamente do que imaginávamos” Landers disse em entrevista por telefone de Nova York ontem. “Estamos neutros na Vale”.

Em entrevista em 22 de maio, Landers, que administra aproximadamente US$ 6 bilhões (R$ 12 bilhões) em ações da América Latina na BlackRock, com sede em Nova York, disse que a Vale era a ação “mais óbvia” para se comprar no Brasil, à medida que o enfraquecimento do real impulsionava os lucros da empresa.

O mercado de minério de ferro está “se movendo rapidamente” rumo aos US$ 90 por tonelada e o pânico “está se tornando mais evidente”, escreveu o Deutsche Bank AG em relatório ontem.

Hoje o minério de ferro caiu abaixo de US$ 100 pela primeira vez desde 2009, com o receio de que o aumento nos estoques e a desaceleração do crescimento da China, a maior compradora da commodity, vai diminuir a demanda pela matéria prima.

A Vale caía 1,1 por cento, cotada a R$ 34,32 às 14h30 na Bovespa. A ação acumula queda de 13 por cento no ano.


Landers disse estar “overweight” em empresas de consumo e grandes bancos, apostando que o Produto Interno Bruto do País crescerá mais rápido no segundo semestre do que no primeiro.

“O segundo semestre tem que ser melhor que o primeiro, não tem como não ser, dado todo o estímulos que o governo colocou tanto na parte fiscal, com as ajudas específicas a certos setores, quanto na parte monetária, com juros a 8 por cento e provavelmente indo pra 7 por cento.”

O desemprego na região metropolitana de São Paulo, a maior do País, caiu para 5,7 por cento em julho, o IBGE informou ontem. A greve dos servidores públicos impediu a divulgação dos números de desemprego para o País todo pelo segundo mês consecutivo. A taxa estava em 5,8 por cento em maio, segundo os últimos dados oficiais disponíveis.

Segundo Landers,“o pior já passou” para os bancos brasileiros, depois da queda das ações em reação à pressão do governo para reduzir os spreads das taxas de juros praticadas.

“Banco sofreu para caramba, investidor em banco sofreu para caramba, consumidor saiu ganhando, que era que o governo queria no final”, disse Landers. “Mas ao mesmo tempo, o governo sabe que precisa ter um sistema bancário sano, senão você perde uma das grandes estabilidades e fortalezas da economia brasileira.”

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