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BlackRock aumenta participação na Telecom Italia

Empresa poderia ter papel decisivo na assembleia de acionistas do dia 20, no qual poderá ser decidida mudança do conselho de administração da Telecom Italia


	Logotipo da gestora BlackRock: a Telecom Italia diz que "não recebeu comunicação alguma da BlackRock"
 (Shannon Stapleton/Reuters)

Logotipo da gestora BlackRock: a Telecom Italia diz que "não recebeu comunicação alguma da BlackRock" (Shannon Stapleton/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 15h13.

São Paulo - Na sexta-feira da semana passada, a companhia de investimentos norte-americana BlackRock disponibilizou à comissão de valores dos EUA Security Exchange Commission (SEC) um formulário que indicava que a empresa havia adquirido capital e ações votantes na Telecom Italia (TI) em um total de 1,360 milhões de ações, que a levaram a duplicar a participação, chegando a 10,14% do capital ordinário do grupo.

Com isso, a empresa poderia ter um papel decisivo na assembleia de acionistas do próximo dia 20, sexta-feira, no qual poderá ser decidida uma possível mudança do conselho de administração da TI.

Por um lado, a holding italiana, em comunicado à Commissione Nazionale per le Società e la Borsa (Consob) nesta segunda-feira,16, afirma que não foi informada de nada. Por outro, a BlackRock diz que não era preciso, já que o total não corresponde a capital votante.

A Telecom Italia diz que "não recebeu comunicação alguma da BlackRock" e que contatou os escritórios da empresa norte-americana para esclarecimentos informalmente nos dias 11 e 13 de dezembro e, no dia 14, com um requerimento formal por explicações, "ao qual ainda não obteve resposta". A holding italiana diz que soube da movimentação apenas por meio da imprensa.

A controladora da TIM Brasil afirma ainda que na ata de comunicação de intermediários que atesta o direito a participar e votar na assembleia de acionistas do próximo dia 20, e que foi publicada no dia 13, não incluía comunicado da BlackRock ou de entidades representantes dela.

"Dessa forma, a companhia apontaria que, por lei, todas as comunicações recebidas pelo emissor antes do começo dos procedimentos para a reunião de acionista são válidas e têm eficácia para direito a atender e a votar na assembleia de acionistas", ressalta a Telecom Italia.


Sem necessidade

De fato, a BlackRock havia mostrado interesse na holding. Na emissão de títulos conversíveis em ações ordinárias, a norte-americana foi a que mais investiu, gastando 200 milhões de euros na transação para um total de 15,38% dos bonds, o que lhe garantiu prioridade na emissão.

A Telecom Italia chegou a precisar responder ao Consob sobre essa prioridade garantida para uma companhia norte-americana, já que a transação ficou restrita ao mercado italiano. Segundo a TI, o investimento foi permitido apenas devido à "alta qualidade do investidor", que detinha na ocasião 5,133% das ações ordinárias da holding, e porque a empresa se mostrou disposta a investir mesmo com a emissão fora dos EUA.

No comunicado emitido nesta segunda, 16, em resposta aos pedidos de esclarecimentos do Consob, a BlackRock afirma que acredita que não houve nenhuma infração às leis, afirmando que o total de ações com direito a voto é de 1,044 milhão, ou 7,783% do total. Incluindo os American Depositary Receipts (ADRs), a participação é elevada para 7,789%.

Segundo a investidora, ela não comunicou a Telecom Italia e o Consob por ter ultrapassado a barreira dos 10% "porque não detinha e nem detém o suficiente de ações votantes e nem uma posição grande em geral que pudesse requerer tal comunicado". A empresa diz ainda que nenhum acordo envolvendo ações da companhia italiana foi assinado, o que a levaria a ter que se reportar ao Consob.

A companhia ressalta ainda que, de acordo com a regulação da própria comissão de valores italiana, em relação aos títulos emitidos pela TI em novembro, a emissão "não é relevante porque as ações a partir das quais os títulos serão convertidos ainda não foram emitidas". Após a conversão, a empresa ficará com mais 1,639% de capital com direito a voto, ou 9,428% no total.

Contexto

A movimentação terá um impacto na assembleia porque acionistas minoritários, liderados pelo Grupo Findim, que detém 5% de capital na Telecom Italia, estão promovendo uma campanha para destituir o atual CEO Marco Patuano do cargo, bem como todo o conselho de administração. Findim, da família Fossati, declara que a empresa italiana estaria à mercê dos interesses espanhóis após o investimento da Telefónica para aumento de participação na Telco, atual controladora da TI com 22,4%.

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