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Bitcoin deixou de ser popular? Queda nas transações diz que sim

Há muitas explicações para a queda das transações, mas não é clara a razão pela qual as operações não se recuperaram

Bitcoin: (Dalebor/Thinkstock)

Bitcoin: (Dalebor/Thinkstock)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 4 de março de 2018 às 06h00.

Última atualização em 4 de março de 2018 às 06h00.

No início do ano, quando o preço da bitcoin caiu mais de 60 por cento em relação ao pico, um dado menos notado da bitcoin também caiu: o número de transações diárias.

Há muitas explicações para a queda das transações, desde o software até as notícias. Menos clara é a razão pela qual as operações não se recuperaram, já que o preço da bitcoin subiu 50 por cento desde 5 de fevereiro. Com isso, alguns investidores se perguntam se a criptomoeda não está perdendo popularidade.

O número médio de transações diárias registradas caiu quase pela metade em relação aos picos de dezembro e tocou o menor patamar em dois anos no mês passado, mesmo depois da bitcoin ter se transformado em um nome familiar e disparado para mais de US$ 10.000.

Os dados sobre as transações podem ser uma má notícia para os otimistas em relação à bitcoin, segundo Charles Morris, diretor de investimentos da Newscape Capital Group em Londres, que investe em criptomoedas. As negociações e as compras na rede da bitcoin, que podem ser medidas por métricas como o volume de transações, indicam a direção do preço, disse.

“Tivemos um ciclo de alarde que agora está esfriando”, disse Morris, que trabalha em um projeto que facilitará a descoberta de preços de várias criptomoedas, por telefone, de Londres. “Podemos estar entrando em um bear market” da bitcoin.

As transações caíram de uma média de sete dias de quase 400.000 em meados de dezembro para cerca de 200.000 nesta semana, segundo a empresa de pesquisa Blockchain.info. Na última vez em que registrou um volume tão baixo, a moeda era negociada a menos de US$ 500.

As transações à espera de reconhecimento oficial pela rede bitcoin caíram de uma média de sete dias de 130 milhões de bytes no início de janeiro para cerca de 35 milhões agora.

Os tempos médios de confirmação de transações despencaram -- mas isso pode ter ocorrido, em parte, pela adaptação feita na tecnologia básica da bitcoin para solucionar alguns desses atrasos. Por exemplo, uma melhoria do software conhecido como protocolo SegWit, que mudou a forma de armazenar dados no blockchain, foi ativada na semana passada pela Coinbase, a maior bolsa de criptomoedas dos EUA.

Nem todos concordam que os volumes mais baixos representam problemas para a bitcoin. Isso também pode mostrar um saudável retorno à normalidade e sinalizar que o mercado está amadurecendo.

Se os preços começarem a disparar novamente os traders podem muito bem ser convencidos a voltar, segundo David Drake, cujo family office com sede em Nova York tem mais de US$ 10 milhões em investimentos em criptomoedas e blockchain. Ele prevê que a moeda subirá para US$ 35.000 até o fim do ano.

“Temos um histórico de transações muito lentas e caras e levará algum tempo para as pessoas se esquecerem”, disse Drake, por telefone. “Mas elas voltarão.”

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