Bitcoin chega à marca de US$ 10 mil pela primeira vez
O preço da criptomoeda sobe à medida que ela ganha mais atenção popular, apesar dos alertas de bolha
Rita Azevedo
Publicado em 29 de novembro de 2017 às 09h19.
Última atualização em 29 de novembro de 2017 às 09h32.
São Paulo -- A bitcoin atingiu o pico histórico de 10 mil dólares na madrugada desta quarta-feira, segundo registros da CoinDesk, acumulando alta de mais de 900% no ano. O preço da criptomoeda sobe à medida que ela ganha mais atenção popular, mesmo com os alertas de bolha e o ceticismo de alguns agentes do mercado.
Com o recorde de hoje, o valor de mercado total dabitcoinpassou dos 168 bilhões de dólares. Para efeitos de comparação, o valor é superior ao de companhias tradicionais como McDonald's, Disney e General Electric.
Na visão de analistas, o comportamento da moeda virtual nos últimos dias é apenas a continuação de uma sequência de alta de longo prazo, impulsionada pelo movimento nas bolsas japonesas e pela entrada de investidores institucionais.
Na última semana, o CME Group, uma das maiores bolsas de opções do mundo, detalhou os planos para o início das vendas de contratos futuros de bitcoin, previsto para 11 de dezembro, caso não haja contratempos regulatórios. Cada contrato será composto por 5 BTC e utilizará os índices de preço de bitcoin já existentes no CME Group.
Também na semana passada, a gestora francesa de ativos Tobam anunciou a criação do primeiro fundo de investimentos atrelado a bitcoin. Em comunicado à imprensa, a gestora disse que, apesar da bitcoin ser propenso a riscos significativos, incluindo um nível de volatilidade muito alto, ele também é “um ativo altamente diverso”. A Tobam disse acreditar que a bitcoin e outras criptomoedas têm potencial para se tornar “duráveis nos mercados financeiros”.
A criptomoeda, no entanto, é vista com ceticismo por alguns executivos. Questionado sobre se o JP Morgan tinha corretores que negociam bitcoins, o diretor executivo do banco, James Dimon, afirmou que “se tivéssemos um trader que negociou bitcoins, eu o demitiria. Isso é contra as nossas regras e é estúpido”. Para ele, a moeda virtual é “uma fraude” e irá ruir eventualmente.
Na última sexta-feira, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse que a instituição irá coibir ilícitos e bolhas no mercado de moedas virtuais, apesar de ter ponderado que as tecnologias empregadas nas transações das criptomoedas poderão ser utilizadas para outras finalidades. Há duas semanas, o BC publicou um comunicado alertando para os riscos de operações com criptomoedas.