Bitcoin bate novo recorde e chega a 8 mil dólares
A moeda volta a valorizar após forte queda na última semana com rumores de atualização de software
Karla Mamona
Publicado em 20 de novembro de 2017 às 10h13.
Última atualização em 20 de novembro de 2017 às 10h15.
São Paulo - A bitcoin atingiu um novo recorde no último domingo e bateu 8.101,91 dólares, segundo o site CoinDesk.
Na manhã desta segunda-feira, a criptomoeda registrava valorização de 0,17% sendo negociada em 8.048,10 dólares. No ano, a moeda acumula valorização de mais de 700%.
A última semana foi dramática para os investidores da moeda digital, após o cancelamento da atualização de software (SegWit2x). A atualização poderia dividir a bitcoin em duas versões . Se um clone da bitcoin fosse criado, todos os detentores também, em teoria, se tornariam instantaneamente proprietários da moeda duplicada.
Entenda o que é bitcoin
A bitcoin é uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos exemplos citados. O primeiro motivo é que não é possível mexer no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida. Ela não existe fisicamente, é totalmente virtual.
O outro motivo é que sua emissão não é controlada por um Banco Central. Ela é produzida de forma descentralizada por milhares de computadores, mantidos por pessoas que “emprestam” a capacidade de suas máquinas para criar bitcoins e registrar todas as transações feitas.
No processo de nascimento de uma bitcoin, chamado de “mineração”, os computadores conectados à rede competem entre si na resolução de problemas matemáticos. Quem ganha, recebe um bloco da moeda.
O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades até o ano de 2140.
Esse limite foi estabelecido pelo criador da moeda, um desenvolvedor misterioso chamado Satoshi Nakamoto. De tempos em tempos, o valor da recompensa dos “mineiros” também é reduzido.
Quando a moeda foi criada, em 2009, qualquer pessoa com o software poderia “minerar”, desde que estivesse disposta a deixar o computador ligado por dias e noites. Com o aumento do número de interessados, a tarefa de fabricar bitcoins ficou apenas com quem tinha super máquinas. A disputa aumentou tanto que surgiram até computadores com hardware dedicado à tarefa, como o Avalon ASIC.
Além da mineração, é possível possuir bitcoins comprando unidades em casas de câmbio específicas ou aceitando a criptmoeda ao vender coisas. As moedas virtuais são guardadas em uma espécie de carteira, criada quando o usuário se cadastra no software.
Depois do cadastro, a pessoa recebe um código com letras e números, chamado de “endereço”, utilizado nas transações. Quando ela quiser comprar um jogo, por exemplo, deve fornecer ao vendedor o tal endereço. As identidades do comprador e do vendedor são mantidas no anonimato, mas a transação fica registrada no sistema de forma pública. A compra não pode ser desfeita.
Com bitcoins, é possível contratar serviços ou adquirir coisas no mundo todo. O número de empresas que a aceitam ainda é pequeno, mas vários países, como a Rússia se movimentam no sentido de “regular” a moeda. Em abril deste ano, o Japão começou a aceitar bitcoins como meio legal de pagamento. O esperado é que até 300 mil estabelecimentos no Japão aceitem, até o final do ano, este tipo de dinheiro.
Por outro lado, países como a China tentam fechar o cerco das criptomoedas, ordenando o fechamento de várias plataformas de câmbio e proibindo a prática conhecida como ICO (initial coin offerings), uma espécie de abertura de capital na bolsa, mas feita com criptomoedas ( entenda melhor ).
O valor da bitcoin segue as regras de mercado, ou seja, quanto maior a demanda, maior a cotação.