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BDRs: equilíbrio entre value e growth é receita para lucrar, segundo o BTG

Analistas do banco de investimento recomendam manter uma carteira balanceada em abril para lidar com incertezas

Recomendação dos analistas do BTG Pactual é manter uma carteira equilibrada entre ações de valor (value) e crescimento (growth) (Lana Stock iStock / Getty Images Plus/Getty Images)

Recomendação dos analistas do BTG Pactual é manter uma carteira equilibrada entre ações de valor (value) e crescimento (growth) (Lana Stock iStock / Getty Images Plus/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de abril de 2022 às 06h30.

Última atualização em 8 de abril de 2022 às 06h49.

Muitas ações internacionais estão em tendência negativa no começo do ano e por aqui, os BDRs – recibos de ações listadas em bolsas no exterior –, também refletem esse movimento. O índice BDRX, que mede o desempenho desses papéis, acumulou queda de 3,3% no mês de março e já recua 1,5% na primeira semana de abril.

Para lidar com o cenário turbulento, a recomendação dos analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) é manter uma carteira equilibrada entre ações de valor (value) e crescimento (growth).

As ações de valor são papéis de empresas consolidadas e fortes geradoras de caixa – normalmente as mais beneficiadas em momentos de incerteza e alta de juros, como é justamente o caso agora no mercado americano. Já as ações de crescimento, de empresas que apresentam perspectivas de ganhos mais acelerados ao longo dos anos que estão por vir, são prejudicadas neste momento, mas podem oferecer oportunidades em segmentos mais defensivos.

Onde investir

Entre as ações de valor, as principais recomendações do BTG Pactual são a mineradora Rio Tinto (RIOT34), a petroleira Chevron (CHVX34) e a transportadoras de óleo, gás e derivados Kinder Morgan (KMIC34). “São BDRs que ainda se beneficiam da tendência altista no preço das commodities e da forte demanda por gás natural e petróleo de fontes alternativas à Rússia [atualmente em guerra contra a Ucrânia]”, apontou o relatório. 

Os analistas reforçam que o conflito no leste europeu pode continuar beneficiando o setor. “Após a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, o mês de março foi marcado pela revisão altista para a expectativa de inflação global e baixista para o caso da atividade econômica mundial. Em linhas gerais, continuamos esperando um cenário apertado para as principais commodities, em especial as de energia”, escreveram no documento. 

A aposta em commodities não significa, no entanto, que o setor de tecnologia tenha ficado de lado. A carteira mantém alguns papéis considerados mais defensivos no setor, ou seja, BDRs de companhias lucrativas, que apresentam excesso de caixa em seus balanços e implementam programas de recompra de ações para retornar valor aos acionistas.

Sob esse viés, as principais apostas são os papéis de Apple (AAPL34), Microsoft (MSFT34) e Micron Technology (MUTC34), fabricante de semicondutores. Entre elas, a opção mais arriscada é a da Micron, que possui “risco de execução pela característica cíclica do setor de chips e disfunções globais na cadeia de suprimentos”.

No mês passado, a carteira de BDRs do banco teve retorno negativo de 4,7%, versus queda de 3,3% do BDRX. Para além da queda dos papéis no mercado internacional, o BTG Pactual aponta que o portfólio também foi prejudicado pela baixa do dólar, que recuou 7,1% contra o real no período, afetando o desempenho dos investimentos no exterior.

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