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BC defende dólar a R$2 e moeda sobe 0,3%

Autoridades brasileiras têm defendido o real mais desvalorizado para aumentar a competitivade da indústria brasileira no exterior

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2012 às 14h07.

São Paulo - O Banco Central definia a tendência do dólar nesta sexta-feira, que descolava da cena externa e subia em relação ao real, após a autoridade monetária intervir no mercado de câmbio pela primeira vez desde meados de setembro.

Autoridades brasileiras têm defendido o real mais desvalorizado para aumentar a competitivade da indústria brasileira no exterior. O mercado acredita que há um piso informal de 2 reais, uma vez que o BC atuou recentemente sempre que o dólar ameaçou romper tal patamar.

Às 12h29, a moeda norte-americana avançava 0,31 por cento, para 2,0253 reais na venda. No momento do anúncio do leilão de swap cambial reverso, que equivale a uma compra de dólares no mercado futuro, a divisa era negociada perto da mínima do dia de 2,016 reais.

"O BC entrou porque o dólar chegou naquele nível abaixo de 2,02 reais que dispara o alerta. O que pesou para o BC foi a apreciação do real e ele deixou claro que não vai deixar a moeda cair abaixo de 2 reais", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.

O BC vendeu 25.800 contratos da oferta de até 50 mil no leilão realizado nesta sexta-feira para vencimentos em 3 de dezembro de 2012 e 2 de janeiro de 2013. Após o resultado, o dólar passou a ser negociado por volta de 2,025.

"O mercado entendeu que houve boa demanda, e por isso o dólar acentuou a alta após o resultado", disse Ferreira, referindo-se à quantidade de contratos vendida pela BC na operação.

O dólar era pressionado nesta sessão pela melhora do humor do investidor, que buscava ativos de risco maior após os Estados Unidos mostrarem uma queda surpreendente da taxa de desemprego do país, para o menor nível em quase quatro anos a 7,8 por cento. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar caía 0,15 por cento.

No entanto, a divisa dos Estados Unidos já vinha retornando lentamente para perto de 2 reais nas últimas sessões, e na véspera intensificou o movimento de queda e fechou abaixo de 2,02 reais pela primeira vez desde 14 de setembro.

Em setembro, o BC combateu a valorização do real com quatro leilões de swap cambial reverso em resposta ao fortalecimento do real após medidas de estímulo monetário na Europa e nos Estados Unidos, ações que foram duramente criticadas por autoridades brasileiras.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou no final de setembro que não permitirá a valorização excessiva do real após tais medidas, citando outras armas para combater a chamada "guerra cambial". Dentre a artilharia, estariam impostos sobre capital de curto prazo.


"O Brasil vai continuar defendendo esse piso pelo menos até o final do ano, e vai fazer isso seja por (leilões de swap) reverso, seja com outros mecanismos como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)", afirmou Ferreira, da Intercam.

Para ele, o governo brasileiro irá avaliar no final do ano os efeitos do dólar valorizado sobre a inflação, para então decidir sua postura sobre o câmbio para 2013. "A inflação está um pouco controlada, e o governo está optando por aquecer a economia. Então o dólar deve continuar nesses níveis pelo menos até o primeiro semestre de 2013", afirmou.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,57 por cento em setembro, após alta de 0,41 por cento em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O resultado veio um pouco acima das previsões dos analistas consultados pela Reuters.

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