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Bancos europeus têm exposição forte a Piigs

Levantamento mostra quanto instituições têm alocado na Grécia, Portugal, Espanha, Itália e Irlanda

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2010 às 17h35.

Nova York - As ações de empresas europeias do setor financeiro foram duramente atingidas nos últimos dias pelo crescimento das preocupações com a exposição dessas instituições às economias fracas da região. Nesta semana, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating soberano da Espanha, da Grécia e de Portugal, agravando os receios dos investidores. Itália e Irlanda se unem ao grupo de países que vêm causando preocupação, formando o chamado Piigs.

De acordo com um levantamento feito pela agência Dow Jones, as instituições financeiras da Alemanha têm exposição significativa aos países que estão no centro das atenções recentemente, por causa de problemas de dívida, especialmente à Grécia - país que está à espera de um socorro financeiro da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Dentro de um pacote de 30 bilhões de euros em ajuda dos membros da zona do euro para a Grécia, a Alemanha deverá contribuir com 8,4 bilhões de euros.

Apenas à Grécia, o banco do segmento imobiliário alemão Hypo Real Estate tem exposição de 7,9 bilhões de euros. O banco também tem exposição de 1,7 bilhão de euros à Portugal, de 2,7 bilhões de euros à Espanha e de 26,5 bilhões de euros à Itália. Commerzbank tem 3,1 bilhões de euros em exposição à Grécia, Munich Re tem 2,1 bilhões de euros, Deutsche Postbank tem 1,3 bilhão de euros e Allianz tem 900 milhões de euros. Deutsche Bank afirmou apenas que possui exposição limitada à Grécia.

Espanha e França

Na Espanha, o Banco Santander é a instituição que tem a maior exposição ao próprio país, de 24 bilhões de euros. A Portugal, a exposição da instituição é de 3,3 bilhões de euros. Outra instituição financeira espanhola, o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) disse ter pouca exposição à Grécia e Portugal.

Na França, a segunda maior economia da zona do euro, atrás da Alemanha, a seguradora AXA tem as maiores exposições. À Itália, a exposição é de 4 bilhões de euros; à Espanha é de 3,9 bilhões, a Portugal é de 900 milhões de euros, à Grécia é de 500 milhões de euros e à Irlanda é de 200 milhões de euros.

Credit Agricole tem 850 milhões de euros em exposição à Grécia e CNP Assurances tem 113 milhões de euros. CNP Assurances também informou que tem exposição de 154 milhões de euros a Portugal, 241 milhões de euros à Espanha, 103 milhões de euros à Irlanda e 438 milhões de euros à Itália. Société Générale não quis comentar e BNP Paribas disse ter exposição limitada.

A companhia de serviços financeiros holandesa ING Groep tem exposição significativa à Itália, de 7,9 bilhões de euros. À Grécia e à Espanha a exposição do ING é de 3 bilhões de euros, e a Portugal é de 1,9 bilhão de euros. A exposição do holandês Aegon é de 92 milhões de euros à Grécia, de 58 milhões de euros a Portugal, 1,78 bilhão de euros à Espanha, 138 milhões de euros à Irlanda e 143 milhões de euros à Itália. Já a do SNS Reaal é de 266 milhões de euros à Grécia, 798 milhões de euros à Espanha e 1,46 bilhão de euros à Itália.

Reino Unido e Suiça

Entre os bancos britânicos, Royal Bank of Scotland (RBS) afirmou ter exposição de 1 bilhão de libras à Grécia e de 1,4 bilhão de libras a Portugal. Lloyds Banking Group e Standard Life disseram ter exposição mínima, Standard Chartered afirmou não ter exposição e Barclays e HSBC não quiseram comentar. Prudential tem exposição de 1 milhão de libras à Espanha e nenhuma aos outros países em questão.

Os bancos suíços Credit Suisse e UBS não têm exposição substancial, enquanto a seguradora Swiss Re possui 482 milhões de francos em exposição à Grécia, 50 milhões de francos a Portugal e 127 milhões de francos à Espanha.

Na Itália, Assicurazioni Generali, informou ter 749 milhões de euros em exposição à Grécia e 600 milhões de euros em exposição a Portugal. Intesa Sanpaolo possui 1 bilhão de euros em exposição à Grécia e UniCredit afirmou que não tem exposição substancial.

A exposição do KBC, da Bélgica, é de 1,2 bilhão de euros à Grécia, 600 milhões de euros a Portugal e 2,4 bilhões de euros à Espanha. Já a do belga Fortis Holding é de 3,152 bilhões de euros à Grécia, 2,25 bilhões de euros a Portugal e de 1,78 bilhão de euros à Espanha. As informações são da Dow Jones.

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