Banco do Brasil tem lucro de R$ 9 bilhões no 4º tri – melhor resultado entre os bancões
Retorno sobre o patrimônio líquido foi de 23% no trimestre, também no melhor patamar para o setor
Beatriz Quesada
Publicado em 13 de fevereiro de 2023 às 19h33.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2023 às 20h00.
O Banco do Brasil ( BBAS3 ) teve um crescimento de 52,4% no lucro líquido ajustado, que subiu para R$ 9 bilhões no quarto trimestre de 2022. No ano, o lucro do banco subiu 51,3%, para R$ 31,8 bilhões.
O resultado superou as expectativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam ganhos de R$ 8,11 bilhões para o período.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do BB, que indica sua capacidade de rentabilizar seu capital, foi de 23% no trimestre e de 21% no acumulado do ano.
Os números ficaram acima dos pares privados tanto em lucro quanto em ROE. Vale lembrar que Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) foram fortemente afetados pela dívida da Americanas (AMER3), que entrou em recuperação judicial em janeiro.
O BB também era credor varejista, mas sua exposição à Americanas era a menor entre os grandes bancos, de R$ 1,3 bilhão. A companhia provisionou 50% da dívida, com impacto de R$ 788 milhões no balanço.
“Os desdobramentos do caso estão sob monitoramento constante e o volume de provisão acompanhará a evolução das negociações, sendo que eventual necessidade de agravamento adicional do risco e seu impacto em provisão já estão devidamente contemplados nas projeções corporativas de 2023”, informou o banco, sem citar a Americanas nominalmente.
Desconsiderando o efeito da varejista, o lucro líquido ajustado seria de R$ 9,4 bilhões no trimestre, com um ROE anualizado de 23,4%.
E caso o provisionamento da dívida fosse de 100% – como fizeram, por exemplo, os concorrentes Itaú e Bradesco – o lucro ajustado no trimestre cairia para R$ 8,6 bilhões, com um ROE anualizado de 21,8%. Ainda assim, o resultado ficaria acima do registrado pelos pares privados.
Por dentro do balanço do Banco do Brasil
A carteira de crédito ampliada superou a marca histórica de R$ 1 trilhão em dezembro do último ano, crescimento anual de 14,8%. Segundo o BB, o resultado é “fruto do relacionamento com nossos clientes, das soluções ofertadas de forma personalizada”. Na comparação trimestral, o crescimento do indicador foi de 3,7%.
A inadimplência de 90 dias, que indica a relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito, ficou em 2,5% em dezembro de 2022, acima dos 2,34% do trimestre anterior e dos 1,75% registrados em dezembro de 2021.
Já a receita de serviços chegou a R$ 8,437 bilhões no trimestre, alta de 7,9% na comparação anual e queda de 1% frente ao trimestre anterior. Por sua vez, as despesas administrativas totalizaram R$ 8,918 bilhões, crescimento de 5,6% frente ao mesmo período do ano anterior e alta de 6,1% na comparação trimestral.
Projeções do BB para 2023
Junto ao balanço, o Banco do Brasil divulgou suas projeções para o ano de 2023. O banco estatal projeta um lucro líquido ajustado entre R$ 33 bilhões e R$ 37 bilhões para o período.
Para a carteira de crédito, o BB espera crescimento de 8% a 12%. Já a margem financeira bruta deve avançar entre 17% e 21% em 2023.
A projeção para as provisões para devedores duvidosos (PDD) deve ficar entre R$ 19 bilhões e R$ 23 bilhões.
O BB estima alta entre 7% e 11% para as receitas de prestação de serviços, e avanço de mesma magnitude para as despesas administrativas.