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B3 lançou um ETF novo por semana em 2025, de olho em queda da Selic

A tendência é de um cenário mais favorável para o mercado de capitais com juros em baixa, similar ao ciclo de 2019 e 2020, segundo o CEO da bolsa

B3: 60 novos ETFs este ano (Gustavo Scatena/Divulgação)

B3: 60 novos ETFs este ano (Gustavo Scatena/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 15h44.

A B3 está se preparando para um novo ciclo de crescimento a partir de 2026, com a expectativa de que a queda nas taxas de juros impulsione o mercado de ações nos próximos anos.

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, afirmou durante o investor day da companhia que, embora não exista uma tese exata sobre o volume de giro da parte mais cíclica do mercado, a tendência é de um cenário mais favorável com juros em baixa, similar ao ciclo de 2019 e 2020.

Para se antecipar, a bolsa brasileira tem investido fortemente em inovação de produtos, lançando uma série de novos ativos nos últimos anos. A introdução de BDRs, fundos imobiliários e fundos listados faz parte da estratégia da B3 para diversificar o portfólio e atrair novos investidores para o mercado de renda variável.

Em 2025, a B3 consolidou essa estratégia com o lançamento de quase 60 novos ETFs, quase um por semana.

"O foco foi aumentar a diversidade dentro dos ETFs, indo além dos tradicionais produtos de ações, como os de Bovespa, e permitindo aos consultores de investimentos diversificar as carteiras dos clientes em várias classes de ativos, como renda fixa, ouro, China, Argentina e tecnologia", afirma Luiz Masagão, vice-presidente de produtos e clientes da B3.

Além disso, a B3 deu um passo importante ao iniciar a monetização de seus índices, o que será intensificado em 2026, quando começará a cobrar por índices para toda a indústria de ETFs, bem como para fundos ativos e passivos não listados.

Aluguel de ações em alta

Outro destaque foi o crescimento do mercado de aluguel de ações, impulsionado pela criação da conta de intermediação, que proporciona maior estabilidade para doadores e tomadores.

A B3 também avançou na criação do ponto de liquidez, um novo formato de negociação, e está em discussões com reguladores para permitir a entrada de investidores não residentes no mercado. Isso dobraria a disponibilidade de ações para aluguel no Brasil, ampliando a eficiência do mercado de empréstimos de ações.

"Quando o vento de cauda vier, queremos estar preparados", afirmou Finkelsztain.

Nos períodos de juros elevados, o mercado de renda variável tende a encolher, tornando-se mais sensível a condições econômicas adversas. Por isso, o desafio da B3 foi continuar inovando e atraindo investidores, mesmo em um ambiente de alta da Selic.

A expectativa é que, com a queda nas taxas de juros, o mercado de ações se torne mais atraente. A B3 acredita que o ciclo trará um aumento no engajamento de investidores pessoas físicas, maior alocação de recursos estrangeiros e até mesmo uma realocação de fundos de renda fixa para a renda variável.

A combinação desses movimentos pode resultar em um crescimento significativo no giro diário de negociação (ADTV), com uma projeção de aumento de R$ 24,6 bilhões para até R$ 70 bilhões por dia.

Considerando apenas as pessoas físicas, o ADTV dessa parcela de investidores poderia subir de R$ 3 bilhões por dia para um patamar entre R$ 5 bilhões e R$ 8 bilhões por dia. Essa estimativa leva em conta o aumento do engajamento, sem pressupor qualquer expansão no número atual de CPFs, mantendo os 5,5 milhões de pessoas físicas atualmente na depositária.

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