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Austin rebaixa rating de longo prazo do Brasil para BBB-

Rebaixamento está fundamentado na piora acentuada das contas fiscais, nas contas externas e na persistência das condições monetárias desfavoráveis, diz agência

Brasil: pesaram perspectivas de crescimento econômico insuficientes para reverter cenários no médio prazo, diz agência (Scott Eells/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2014 às 16h49.

São Paulo - O Comitê de Risco da Austin Rating, em reunião realizada nesta sexta-feira, 31, rebaixou o rating de longo prazo do Brasil, em escala global, de BBB ("triplo B") para BBB- ("triplo B menos") em moeda estrangeira.

Segundo Comitê de Risco da agência, o rebaixamento do rating está fundamentado na piora acentuada das contas fiscais (baixo superávit primário e elevado déficit nominal), nas contas externas (forte queda do saldo comercial e forte elevação do déficit em transações correntes e na persistência das condições monetárias desfavoráveis (inflação corrente em alta e inflação prospectiva rigidamente elevada e próxima ao limite superior determinado no sistema de metas para inflação, que é de 6,5%).

Além disso, pesaram também as perspectivas de crescimento econômico insuficientes para reverter tais cenários no médio prazo, já que, segundo estimativas apuradas junto ao relatório Focus do Banco Central (BC), a taxa média de crescimento do PIB para o período 2014 a 2018 é de apenas 1,91%, portanto, muito inferior ao PIB potencial do país.

"As condições supracitadas têm afetado de forma significativamente os fatores de produção, em particular o nível de emprego no setor industrial, bem como o nível de confiança de consumidores e empresários que, por sua vez, têm reduzido os níveis de investimentos na economia brasileira com efeitos negativos sobre a dinâmica macroeconômica prospectiva", afirmam os membros da Conselho de Risco da Austin Rating por meio de nota enviada ao mercado.

A recente elevação na taxa de juros básica da economia (Selic), apesar de indicar correção dos níveis de preço na economia no médio prazo, contribui negativamente para o processo de recuperação dos fatores de produção no mesmo horizonte de tempo.

Também se revela preocupante, segundo a Austin Rating, o custo adicional da elevação da taxa básica sobre a Dívida Líquida do Setor Público, em particular a parcela indexada à taxa Selic, e o esforço adicional que o Tesouro terá que fazer para amenizar tal impacto negativo na estrutura a termo das taxas de juros.

Com relação às contas externas, se destacam os elevados e crescentes déficits em transações correntes, fatores que têm origem tanto no enfraquecimento do comércio exterior brasileiro, como pela saída de capitais financeiros, com reflexos negativos sobre os investimentos estrangeiros diretos.

A condição prospectiva para as contas externas brasileiras tem demonstrado relativa preocupação em dois pontos: o enfraquecimento do saldo da balança comercial, derivado da concentração da pauta de exportação em produtos básicos (commodities), que estão com preços em queda e sem perspectiva de reversão, e as alterações no fluxo de divisas estrangeiras para o mercado de capitais brasileiro devido as mudanças em curso da política monetária nas economias centrais, com destaque para Estados Unidos e Europa.

Ainda de acordo com a nota da Austin Rating, "a despeito da piora significativa e persistente dos fundamentos macroeconômicos do Brasil, observados desde a última revisão do rating do país, esta agência considera como fatores importantes e positivos os recentes processos de concessões de serviços públicos, em particular aqueles relacionados à infraestrutura logística. Tal ação do governo federal reflete no potencial ganho de competitividade dos setores industrial e exportador, fator que será acompanhado e avaliado seus desdobramentos e contribuições diretas sobre a dinâmica macroeconômica do PIB".

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São Paulo - O Comitê de Risco da Austin Rating, em reunião realizada nesta sexta-feira, 31, rebaixou o rating de longo prazo do Brasil, em escala global, de BBB ("triplo B") para BBB- ("triplo B menos") em moeda estrangeira.

Segundo Comitê de Risco da agência, o rebaixamento do rating está fundamentado na piora acentuada das contas fiscais (baixo superávit primário e elevado déficit nominal), nas contas externas (forte queda do saldo comercial e forte elevação do déficit em transações correntes e na persistência das condições monetárias desfavoráveis (inflação corrente em alta e inflação prospectiva rigidamente elevada e próxima ao limite superior determinado no sistema de metas para inflação, que é de 6,5%).

Além disso, pesaram também as perspectivas de crescimento econômico insuficientes para reverter tais cenários no médio prazo, já que, segundo estimativas apuradas junto ao relatório Focus do Banco Central (BC), a taxa média de crescimento do PIB para o período 2014 a 2018 é de apenas 1,91%, portanto, muito inferior ao PIB potencial do país.

"As condições supracitadas têm afetado de forma significativamente os fatores de produção, em particular o nível de emprego no setor industrial, bem como o nível de confiança de consumidores e empresários que, por sua vez, têm reduzido os níveis de investimentos na economia brasileira com efeitos negativos sobre a dinâmica macroeconômica prospectiva", afirmam os membros da Conselho de Risco da Austin Rating por meio de nota enviada ao mercado.

A recente elevação na taxa de juros básica da economia (Selic), apesar de indicar correção dos níveis de preço na economia no médio prazo, contribui negativamente para o processo de recuperação dos fatores de produção no mesmo horizonte de tempo.

Também se revela preocupante, segundo a Austin Rating, o custo adicional da elevação da taxa básica sobre a Dívida Líquida do Setor Público, em particular a parcela indexada à taxa Selic, e o esforço adicional que o Tesouro terá que fazer para amenizar tal impacto negativo na estrutura a termo das taxas de juros.

Com relação às contas externas, se destacam os elevados e crescentes déficits em transações correntes, fatores que têm origem tanto no enfraquecimento do comércio exterior brasileiro, como pela saída de capitais financeiros, com reflexos negativos sobre os investimentos estrangeiros diretos.

A condição prospectiva para as contas externas brasileiras tem demonstrado relativa preocupação em dois pontos: o enfraquecimento do saldo da balança comercial, derivado da concentração da pauta de exportação em produtos básicos (commodities), que estão com preços em queda e sem perspectiva de reversão, e as alterações no fluxo de divisas estrangeiras para o mercado de capitais brasileiro devido as mudanças em curso da política monetária nas economias centrais, com destaque para Estados Unidos e Europa.

Ainda de acordo com a nota da Austin Rating, "a despeito da piora significativa e persistente dos fundamentos macroeconômicos do Brasil, observados desde a última revisão do rating do país, esta agência considera como fatores importantes e positivos os recentes processos de concessões de serviços públicos, em particular aqueles relacionados à infraestrutura logística. Tal ação do governo federal reflete no potencial ganho de competitividade dos setores industrial e exportador, fator que será acompanhado e avaliado seus desdobramentos e contribuições diretas sobre a dinâmica macroeconômica do PIB".

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