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Ativa reforça visão positiva com as ações da ALL

Cenário é positivo para os próximos anos, em função da expectativa de manutenção do crescimento do volume movimentado, diz analista

Em 2011, os papéis da empresa registram desvalorização de 18%, enquanto o desempenho dos últimos 12 meses mostra uma queda de 36% (Divulgação/ALL)

Em 2011, os papéis da empresa registram desvalorização de 18%, enquanto o desempenho dos últimos 12 meses mostra uma queda de 36% (Divulgação/ALL)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2011 às 12h32.

São Paulo – A Ativa Corretora reiniciou a cobertura das ações ordinárias da América Latina Logística (ALLL3) com recomendação de compra. O preço-alvo fixado por ação é de 18,40 reais, o que representa um potencial de valorização de 49,5%.

“Definimos nossa tese de investimento com base na expectativa de manutenção do crescimento do volume de produtos agrícolas e industriais transportados pela companhia, bem como a possibilidade de expansão dos novos projetos”, avalia o analista Artur Delorme.

O relatório destaca que a ALL negocia em 7,6 vezes seu múltiplo EV/EBITDA (valor da empresa/geração operacional de caixa), um desconto de 5,8% da média internacional. Em 2011, os papéis da empresa registram desvalorização de 18%, enquanto o desempenho dos últimos 12 meses mostra uma queda de 36%.

“Apesar dos riscos regulatórios atrelados ao setor, que poderão gerar volatilidade no curto prazo, o desconto na avaliação por múltiplos aliado ao relevante potencial de valorização dos papéis ratificam nosso otimismo”, explica Delorme.

O analista acredita que o cenário para ALL é positivo para os próximos anos, em função da expectativa de manutenção do crescimento do volume movimentado pelo modal ferroviário.

Vale lembrar que a fusão entre a ALL e a Standard Logística, aprovada ontem pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), não foi considerada.

A avaliação leva em consideração apenas os ganhos de participação de mercado na malha atual, bem como ganhos de produtividade e a maturação dos novos projetos.

“Para 2011 a expectativa é de aumento de 8,7% no volume movimentado, atrelado à expansão da safra agrícola, aliado ao aquecimento da atividade econômica, ainda que desacelerando frente a 2010”, projeta Delorme.

Para a receita líquida, é esperado um crescimento anual de 18%, atingindo 6,3 bilhões de reais em 2015, em função da maturação dos projetos como Rumo, Brado e Ritmo.

A análise explica que os ganhos de escala geram uma maior diluição dos custos e despesas fixas, parcialmente compensadas pelo aumento da participação dos novos projetos, que possuem menor rentabilidade. “Isto nos leva a estimar margem EBITDA praticamente estável, oscilando próximo ao patamar de 50% no médio prazo”, estima a Ativa.


No caminho das sinergias

Brado

O Cade aprovou nesta semana, sem restrições, a fusão da ALL e Standard Logística, que juntas, formam a Brado Logística. A Brado se destaca como a maior operadora logística do país. A companhia atua nos mercados externo, interno e importação.

Em cinco anos, a Brado fará investimentos que somam 1 bilhão de reais e espera ampliar em até 15% suas operações de contêineres. Desde a criação da companhia, foram investidos cerca de 45 milhões de reais em ampliação de unidades e aquisições de equipamentos.

Rumo

A Rumo, empresa de logística do grupo Cosan (CSAN3), fechou uma parceira com a ALL em 2009. Segundo o acordo, a Rumo é responsável pelos investimentos na ampliação e melhoria da via permanente, em pátios do corredor Bauru-Santos, aquisição de locomotivas e vagões, além da construção e ampliação do terminal do Porto de Santos.

Por outro lado, a ALL presta serviços de transporte garantindo tarifa competitiva em relação ao modal rodoviário, gestão das obras e indicação dos fornecedores de vagões e locomotivas, pagamento de aluguel dos equipamentos em valor proporcional ao transporte efetivo dos produtos, conforme lembra o relatório da Ativa.

Espera-se que o volume transportado aumente do atual patamar de 2 milhões de toneladas por ano, para 9 milhões a partir de 2013, a partir da consolidação de 70 pontos de carregamento de açúcar.

Ritmo

Os negócios rodoviários da ALL e da Ouro Verde foram fundidos no dia 1º de julho deste ano em uma nova empresa de logística rodoviária, a Ritmo Logística. A empresa nasceu com um faturamento de cerca de 300 milhões de reais, 700 equipamentos e 700 funcionários, aproximadamente.

O negócio começa sem dívidas e sem necessidade de aporte de capital dos sócios, segundo Paulo Basílio, presidente da ALL. A ALL e a Ouro Verde transferiram apenas os ativos rodoviários de cada uma das empresas, sem as dívidas. A ALL terá 65% da empresa e a Ouro Verde, 35%.

“As duas empresas tinham essas divisões (rodoviárias) internamente, e a nova empresa tem só essa finalidade”, disse Marcelo Mokayad, presidente da Ritmo Logística. O negócio rodoviário concentra 3% da receita da ALL. Na Ouro Verde, o transporte rodoviário representava 20% da receita e 6% do resultado.

Números no retrovisor

No primeiro trimestre de 2011, a ALL registrou um lucro líquido de 515 mil reais, uma queda de 98,5% ante os 35 milhões de reais verificados no mesmo período de 2010.

O Ebitda ficou em 301 milhões de reais, um aumento de 1,7% na mesma base de comparação. A margem Ebitda foi de 45,6% de janeiro a março deste ano, um recuo de 1,7 ponto porcentual ante igual intervalo do ano passado.

O volume da ALL Brasil cresceu 4,1%, passando de 8.250 milhões de TKU no primeiro trimestre de 2010 para 8.591 milhões de TKU no primeiro trimestre deste ano. A alta deve-se principalmente pelo ganho de market share da empresa nos setores de milho e açúcar.

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