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Ata mais branda do Copom faz dólar oscilar pouco

A moeda norte-americana segue na mesma toada no exterior, com ganhos ante o euro e iene


	Às 9h30, o dólar à vista no balcão caía 0,10%, a R$ 1,970, após atingir a máxima de R$ 1,977 (+0,25%)
 (Alex Wong/Getty Images)

Às 9h30, o dólar à vista no balcão caía 0,10%, a R$ 1,970, após atingir a máxima de R$ 1,977 (+0,25%) (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 10h30.

São Paulo - O dólar oscila perto da estabilidade nesta quinta-feira, com investidores exibindo cautela enquanto ainda digerem a ata da última reunião do Copom.

A leitura inicial é de que a ata veio mais branda do que se esperava, sem dar nenhuma pista clara de que os juros podem subir em abril. No exterior, a moeda norte-americana também sobe ante o euro e iene.

Às 9h30, o dólar à vista no balcão caía 0,10%, a R$ 1,970, após atingir a máxima de R$ 1,977 (+0,25%). O dólar futuro para abril estava estável a R$ 1,9765. "Para quem esperava um tom mais agressivo do BC, ele não deu nesta ata nenhum sinal claro de que irá subir os juros.

Nessa primeira leitura, o que percebo é um tom mais neutro", comentou há pouco um operador de câmbio. Segundo ele, o viés para a moeda dos EUA é de leve alta ante o real.

A moeda norte-americana segue na mesma toada no exterior, com ganhos ante o euro e iene. No Brasil, a alta foi alimentada ontem por fluxo cambial diário negativo, boatos e o movimento da moeda no cenário externo, além da percepção de que o BC segue vigilante em relação ao câmbio.

Na quarta-feira (13), o dólar à vista no balcão fechou cotado a R$ 1,9720 (+0,51%), desacelerando da cotação de R$ 1,980 (+0,92%), após boatos não confirmados de que o Brasil teria sua perspectiva de rating rebaixada por uma agência de classificação de riscos.

A informação foi negada pela S&P e Moody's e mais tarde a S&P divulgou a revisão de estável para negativa da perspectiva dos ratings de seis bancos brasileiros.

Desde segunda-feira (11), após o leilão de swap cambial reverso, prevaleceu a alta da moeda norte-americana ante o real e mesmo nos momentos em que esteve no negativo, o dólar não voltou a cair abaixo de R$ 1,85.


Na ata, o câmbio no cenário de referência foi revisado para baixo, de R$ 2,05 para R$ 2,00 em março. A projeção de inflação 2013 no cenário de referência e de mercado subiu e está acima de 4,5%.

Ainda na ata, o Copom diz ver uma acomodação da inflação em patamar mais elevado e destaca evidência de acomodação de preços no mercado de commodities. O documento informa ainda que o Copom irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a reunião de abril para definir os próximos passos na estratégia de política monetária.

O euro segue sem fôlego diante de dados fracos da economia na zona do euro, com destaque nesta quinta-feira para números de emprego. O número de pessoas empregadas nos 17 países da zona do euro caiu para o nível mais baixo em quase sete anos no quarto trimestre de 2012 ante o trimestre anterior, em queda de 0,3%, para 145,7 milhões.

A alta em relação ao iene se deve às expectativas de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) adote medidas de estímulo monetário mais agressivas. Essa percepção foi reforçada após a aprovação da indicação de Haruhiko Kuroda para a presidência do BoJ. Esta semana, Kuroda sugeriu que poderá lançar novas medidas de flexibilização monetária logo após assumir o cargo, em 20 de março.

Às 8h59, o euro caía a US$ 1,2923, de US$ 1,2962 no fim da tarde de ontem. o dólar subia a 96,47 ienes, de 96,12 ienes no fim da tarde de quarta-feira (13). O Dollar Index (DXY) subia 0,26%, a 83,101, após ter atingido mais cedo o maior nível em sete meses, a 83,055.

O dólar seguia em direções mistas em relação às moedas correlacionadas a commodities: dólar canadense (-0,07%), dólar neozelandês (+0,11%); rand sul-africano (-0,09%); rupia indiana (-0,23%); rublo russo (+0,04%).

O dólar tinha queda de 0,46% ante o dólar australiano. O dólar australiano era beneficiado pela alta do número de australianos empregados em fevereiro para o maior nível em 12 anos. O dólar neozelandês era pressionado para baixo ante o dólar, após o Banco Central da Nova Zelândia manter a taxa básica em 2,50% e sugeriu que vai seguir com a política monetária frouxa por mais tempo do que o esperado.

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