Alfredo Pérez Rubalcaba e Mariano Rajoy, candidatos a presidência da Espanha (Dani Pozo/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2011 às 17h16.
Madri - Um pouco mais tranquilos em relação à Itália, os mercados concentraram suas atenções nesta segunda-feira na Espanha, que terá eleições legistlativas no próximo domingo.
Com o aumento das especulações sobre os rumos políticos do país, a taxa de risco subiu, e a expectativa de captação das obrigações para esta semana é de 7,5 bilhões de euros.
Termômetro do receio do mercado, a taxa de risco - diferença entre os rendimentos das obrigações espanholas e alemãs (de referência) à dez anos - alcançou nesta segunda-feira seu recorde histórico desde a criação da Eurozona, aos 430 pontos.
A Bolsa de Madri ficou praticamente todo o pregão no vermelho e fechou em queda de 2,15%.
Segundo especialistas, a queda também foi influenciada pelo fato de que nas últimas semanas, a Bolsa da Espanha não oscilou tanto quanto a de outros países, como a Itália.
"Há um verdadeiro processo de reequilíbrio das finanças públicas em curso", disse Jesús Castillo, especialista em países do sul da Europa do banco Natixis.
Para Soledad Pellón, analista da corretora IG Markets, o mercado está vendo que a Itália não é um caso isolado e que a crise europeia tem produzido um efeito contagioso massivo.
Segundo análise do banco suíço UBS, "a atitude dos mercados ante a Espanha tem sido bastante otimista, principalmente se comparada com a Itália, por isso podem haver mudanças nos próximos meses, inclusive semanas".
A taxa espanhola à 10 anos ultrapassou nesta segunda-feira o alarmante patamar de 6%, algo que não acontecia desde agosto.
De acordo com analistas de mercado, esse é um sinal de que apesar da constituição de novos governos na Grécia e na Itália, a Eurozona continua na mira dos investidores.
Tentando se precaver em relação à crise, a Espanha decidiu adiantar em quatro meses suas eleições legislativas, que se celebrarão no domingo.
"As eleições espanholas foram antecipadas em parte a pedido dos mercados", devido à crescente impopularidade dos socialistas no poder.
A direita, que prometeu um novo programa de austeridade, lideras as sondagens.
"Os investidores querem ver que há de fato interesse em mudar a situação, querem medidas de ajuste", disse Pellón. "Grécia, Itália e Espanha estão no foco da crise e no foco dos mercados, que esperam que estes três países avancem", completou.