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Apple vai encerrar serviço de parcelamento "compre agora, pague depois" meses depois de lançamento

Empresa de Cupertino mostrou dificuldade em penetrar numa indústria já estabelecida

Parceria com o Goldman Sachs deve acabar nos próximos meses

Parceria com o Goldman Sachs deve acabar nos próximos meses

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 18 de junho de 2024 às 10h28.

Última atualização em 18 de junho de 2024 às 14h10.

Na segunda-feira, a Apple informou que estava descontinuando seu serviço "compre agora e pague depois", o Apple Pay Later, poucos meses depois de ter sido lançado nos Estados Unidos em outubro.

“A partir do final deste ano, usuários em todo o mundo poderão acessar empréstimos parcelados oferecidos por meio de cartões de crédito e débito, bem como credores, ao finalizarem compras com o Apple Pay”, disse a empresa em nota divulgada pelo Business Insider. “Com a introdução desta nova oferta global de empréstimo parcelado, não ofereceremos mais o Apple Pay Later nos EUA."

No ano passado, surgiram relatos de que a Apple queria encerrar sua parceria com o Goldman Sachs. As empresas uniram forças para oferecer um cartão de crédito da marca Apple em 2019, seguido por uma conta poupança de alto rendimento em 2023.

As perdas crescentes podem ter levado a Goldman Sachs a repensar a sua parceria com a big tech. Em janeiro de 2023, o banco revelou que tinha perdido US$ 3 bilhões em suas atividades bancárias de consumo desde 2020.

O Wall Street Journal informou em novembro que a Apple pretendia sair da parceria com o Goldman Sachs em até 15 meses. Não está claro se a Apple substituirá o Goldman Sachs por outro parceiro de serviços financeiros, embora as chances de isso acontecer pareçam mínimas.

A caminhada da Apple desde a morte de Jobs

As dificuldades da Apple no setor dos serviços financeiros reforçam os imensos os desafios que pode enfrentar ao tentar entrar numa indústria estabelecida.

A gigante de Cupertino já tinha um histórico impressionante de disrupção – seja na indústria musical com o iPod e o iTunes ou quando reinventou o telefone com o iPhone.
Mas as recentes tentativas de inovação da Apple não atingiram o mesmo nível.

Por um lado, a tentativa da empresa de criar um óculos de realidade mista, o Apple Vision Pro, foi recebido com vendas moderadas e críticas medianas. E se isso não bastasse, a Apple disse no mesmo mês que estava encerrando seu projeto de carro elétrico depois de trabalhar nele por quase uma década.

Na verdade, a Apple já sonhou em reinventar a televisão, e o cofundador da empresa, Steve Jobs, disse que descobriu como fazê-lo.

“Eu gostaria de criar um aparelho de televisão integrado que fosse completamente fácil de usar”, disse Jobs ao seu biógrafo Walter Isaacson. "Ele terá a interface de usuário mais simples que você pode imaginar. Finalmente consegui decifrá-lo."

Já se passou mais de uma década desde a morte de Jobs, e a Apple não parece nem perto de concretizar sua visão, além de seu decodificador, a Apple TV, e de seu incipiente serviço de streaming, Apple TV+.

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