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Após três dias de alta, bolsa seguirá subindo com estímulos?

Motivos para ânimo não vêm de assertividade na contenção da doença, mas de até 5 trilhões de dólares a serem injetados na economia

Bolsa de Nova York: câmara pode votar hoje pacote que injeta 2,2 trilhões de dólares na economia (Brendan McDermid/Reuters)

Bolsa de Nova York: câmara pode votar hoje pacote que injeta 2,2 trilhões de dólares na economia (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2020 às 06h48.

Última atualização em 27 de março de 2020 às 07h31.

O número de casos de coronavírus passou de 500.000 e velocidade de transmissão no ocidente ainda não dá sinais de arrefecimento — mas as bolsas vivem uma semana de otimismo. Ontem, o Ibovespa avançou 3,67%, fechando em seu terceiro dia seguido de alta, em 77.709 pontos. Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 subiu 6,24%. A boa onda vai continuar nesta sexta-feira?

Os motivos para o ânimo não vêm de uma assertividade maior na contenção da doença. Os Estados Unidos superaram ontem a China como país com maior número de casos, a Espanha vê o número de mortes superar 4.000 e a Itália, apesar de alguns sinais de que está próxima do pico de transmissão, pode sofrer uma “emergência psicológica” segundo estudo de Harvard. No Brasil, o número de contaminados chegou perto de 3.000.

O otimismo dos investidores vem de uma leva de medidas anticíclicas mais incisivas. Ontem, o G20, grupo das 20 maiores economias, combinou injetar 5 trilhões de dólares na economia global.

Também ontem, Jerome Powell, presidente do banco central dos Estados Unidos, disse que o país não vai ficar sem munição para atenuar os efeitos do coronavírus. Hoje, a Câmara americana pode votar um pacote de socorro de 2,2 trilhões de dólares que foi aprovada por unanimidade na noite de quarta-feira pelo Senado.

Uma notícia que pode dar um ânimo extra aos investidores é uma ligação entre o presidente americano, Donald Trump, e o chinês, Xi Jinping, para ações conjuntas no combate à pandemia. Trump havia enfurecido Pequim ao chamar o coronavírus de “vírus chinês”. Enquanto os Estados Unidos viraram o novo epicentro de propagação do vírus, a China anunciou na quinta-feira que a província de Hubei não teve nenhum novo caso mesmo com o fim das restrições de circulação.

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira, com o índice japonês Nikkei puxando a fila, com avanço de 3,9%. Na Europa, por sua vez, onde os líderes não conseguiram chegar a um acordo de combate ao vírus, na quinta, as bolsas abriram em queda — o índice Stoxx 600 recuava 2,6% às 7h de Brasília.

Nos Estados Unidos, Dow Jones aponta para uma queda de 300 pontos na abertura do pregão. Segundo a CNBC, investidores ainda tenta “digerir”, o anúncio de 3,3 milhões de desempregados no país. Entre o avanço da crise e o dos estímulos, que grande número vai dar o tom nesta sexta-feira?

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