Mercados

Após ganhos recentes, bolsas asiáticas fecham em forte queda

Queda interrompe o tom positivo dos dois pregões anteriores, em meio a renovadas preocupações com a saúde da economia chinesa

Bolsas asiáticas fecharam os negócios desta terça-feira com fortes perdas generalizadas (Getty Images/Getty Images)

Bolsas asiáticas fecharam os negócios desta terça-feira com fortes perdas generalizadas (Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 11h26.

São Paulo - As bolsas asiáticas fecharam os negócios desta terça-feira com fortes perdas generalizadas, interrompendo o tom positivo dos dois pregões anteriores, em meio a renovadas preocupações com a saúde da economia chinesa e com uma série de fatores geopolíticos.

Na China, o índice Xangai Composto sofreu uma queda de 2,26% hoje, a 2.594,83 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 1,92%, a 1.300,29 pontos. As perdas vieram após os mercados chineses embarcarem no maior rali em dois dias desde 2015 entre sexta-feira e ontem, em reação a comentários de autoridades em Pequim que buscaram restabelecer a confiança na economia e à revelação de planos do governo do país de reduzir o imposto de renda pessoal e incentivar empresas do setor privado.

A "intervenção verbal" de dirigentes chineses e os planos de estímulos vieram depois que o Produto Interno Bruto (PIB) da China decepcionou no terceiro trimestre, ao mostrar expansão anual de 6,5%, menor do que previam analistas (+6,6%) e também abaixo do avanço de 6,7% observado no segundo trimestre.

Apesar das iniciativas de Pequim, o analista de pesquisa de mercados da Fidelity International, Ian Samson, se diz bastante cético. "É uma coisa de sentimento e a atual desaceleração (chinesa) é bastante natural, mas continuará pesando no crescimento global", avaliou.

Há também no radar uma série de questões geopolíticas que tendem a gerar aversão a risco, e consequentemente, prejudicar os mercados acionários. É o caso da polêmica em torno do plano orçamentário da Itália, que está em conflito com a União Europeia sobre o nível de déficit fiscal que deve buscar, as dificuldades que a primeira-ministra britânica, Theresa May, enfrenta para fechar um acordo sobre o chamado Brexit e o isolamento da Arábia Saudita após o assassinato de um jornalista dissidente no consulado saudita em Istambul.

Em outras parte da Ásia, o Hang Seng liderou as perdas hoje, com um tombo de 3,08% em Hong Kong, a 25.346,55 pontos, enquanto o japonês Nikkei caiu 2,67% em Tóquio, a 22.010,78 pontos, atingindo o menor patamar em dois meses, o sul-coreano Kospi recuou 2,57% em Seul, a 2.106,10 pontos, e o Taiex registrou queda de 2% em Taiwan, a 9.775,20 pontos, o menor nível em 18 meses.

Na Oceania, a bolsa australiana foi pressionada principalmente por ações do setor de energia (-3,2%) e de concessionárias (-1,9%), que levaram o índice S&P/ASX 200 a cair 1,05% em Sydney, a 5.843,10 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Ásiabolsas-de-valoresXangai

Mais de Mercados

Salesforce vai mudar de nome? CEO diz que foco é IA, não mais nuvem

Compra de material escolar vira um 'inferno' na Amazon dos EUA

Sem café? Greve de funcionários da Starbucks em Nova York completa três semanas

Jovens na Coreia do Sul abandonam sonho da casa própria para investir em ações