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Após chegar a cair 2%, Ibovespa fecha praticamente estável

Principal índice da bolsa de valores de São Paulo fechou em queda de 0,02% nesta segunda-feira, a 78.902 pontos.

B3: crise política e preços do petróleo na mínima histórica pressionaram pregão (Rahel Patrasso/Reuters)

B3: crise política e preços do petróleo na mínima histórica pressionaram pregão (Rahel Patrasso/Reuters)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 20 de abril de 2020 às 17h36.

Última atualização em 20 de abril de 2020 às 17h50.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, fechou praticamente estável ​nesta segunda-feira, com queda de 0,02%, a 78.902 pontos.

Entre as máximas do pregão, estão ações da Magazine Luiza, que subiram 8,8%. Na outra ponta, papéis da Embraer registraram baixa de 4,1%.

Ações com maior participação no Ibovespa tiveram desempenho negativo. Itaú Unibanco caiu 3,06%, Bradesco teve perdas de 3,83%, Banco do Brasil teve desvalorização de 2,6% e Santander Brasil recuou 2,72%. Vale fechou em baixa de 3,39% e Petrobras PN teve perda de 1,30%, enquanto Petrobras ON caiu 0,60%.

Com o desempenho desta​ segunda-feira, o Ibovespa está 23,2% acima da média dos últimos 200 dias de negócios. Nas últimas 52 semanas, o Ibovespa acumula 16,5% de perda. ​​

Segundo Cristiane Fensterseifer, analista de ações da Spiti, o dia foi tomado pelos traders acompanhando a queda cada vez maior do contrato do petróleo WTI, cuja cotação atingiu patamares negativos pela primeira vez na história.

Os motivos foram estruturais, conjunturais e técnicos. A fraqueza da demanda em meio a quarentena quase global pelo coronavírus somou-se à escassez de capacidade adicional para a estocagem de petróleo, e à proximidade do vencimento dos contratos.

A bolsa brasileira, no entanto, reduziu a queda no final do dia, com rumores de que o governo revogou e reeditará a MP do contrato verde e amarelo, um indicativo positivo de solicitação por senadores.

Apesar de todo estresse na esfera política e a derrocada do petróleo, o Ibovespa sentiu muito menos em relação ao mercado internacional por conta da forte queda dos juros futuros, movimento que favoreceu em especial o setor de consumo e varejo, na visão de Rafael Ribeiro, analista de ações da Clear.

A queda expressiva dos juros futuros está ligada ao tom do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em teleconferência nesta manhã. Campos reforçou o compromisso da autoridade monetária em oferecer fluxo de crédito, que é a principal preocupação do mercado neste momento. Também comentou sobre o fraco crescimento e inflação ancorada por um bom tempo, ainda mais com a forte queda do petróleo que é um componente inflacionário importante dentro da cadeia produtiva. "Tudo isso eleva a probabilidade de novos cortes na Selic nas próximas reuniões", conclui Ribeiro.

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