Apetite ao risco por Fed menos agressivo, Rumo e o que mais move o mercado
Expectativa de endurecimento do ritmo de alta de juros para 1 ponto percentual perde força após declarações de membros do Fed
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de julho de 2022 às 07h24.
Última atualização em 18 de julho de 2022 às 08h55.
Investidores internacionais dão continuidade à busca por ativos de risco nesta segunda-feira, 18, com índices de ações em alta e o dólar em queda no mundo inteiro. O movimento, iniciado no fim da última semana, tem respaldo do reajuste de expectativas para uma alta de juro menos agressiva por parte do Federal Reserve (Fed).
Dados acima do esperado para a inflação dos Estados Unidos chegaram a elevar para acima de 80% a probabilidade de o banco central americano acelerar o aperto monetário e elevar a taxa básica de juro em 1 ponto percentual (p.p.) para o intervalo de 2,5% e 2,75% na próxima reunião. Mas a expectativa de manutenção do ritmo de 0,75 p.p. para entre 2,25% e 2,50% voltou a ganhar força desde o fim da semana passada, segundo monitor do CME Group. Falas de membros do Fed tiveram contribuição na mudança de estimativas.
James Bullard , presidente do Fed de St. Louis, praticamente descartou a possibilidade de uma alta de 1 p.p. na próxima reunião em declarações recentes. Ainda que não represente todo o Fed, as palavras de Bullard têm grande peso no contexto atual, já que foi o primeiro entre os membros votantes a defender um aperto mais duro que o inicial.
As falas deram mais segurança para as apostas de uma alta de juros menos agressiva. Reverberou no mercado americano uma posição gigantesca de US$ 150 bilhões em valor nominal feita na sexta-feira, 15, contra o endurecimento do ajuste para a banda de 2,5% e 2,75. Por outro lado, a alta de 1 ponto percentual já é internalizada por parte dos grandes bancos de investimento, tendo o Citi entre eles. A decisão está prevista para quarta-feira da semana que vem.
Até lá, investidores devem seguir atentos aos balanços do segundo trimestre de empresas americanas. Entre os resultados mais aguardados do dia estão o do Goldman Sachs e Bank of America. Citi e J.P. Morgan já divulgaram seus números na semana passada. No Brasil, a Weg (WEGE3) deve ser a primeira empresa a reportar resultado, com balanço previsto para esta quarta-feira, 20, antes da abertura do pregão.
Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,88%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,99%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 1,18%
- FTSE 100 (Londres): + 1,37%
- DAX (Frankfurt): + 1,32%
- CAC 40 (Paris): + 1,41%
- Hang Seng (Hong Kong): + 2,70%
- Shangai Composite (Xangai): + 1,55%
- Nikkei 225 (Tóquio): + 0,54%
Rumo
A Rumo (RAIL3) anunciou a venda à Corretor Logística e Infraestrutura (CLI) de 80% de sua participação na Elevações Portuárias (EPSA), que controla os terminais T16 e T19 no Porto de Santos. O valor acordado foi de R$ 1,4 bilhão. Segundo fato relevante da Rumo, o negocio será viabilizado pelo aporte do fundo australiano Macquarie, que passará a compartilhar o controle da CLI com os atuais acionistas.
WEG
A WEG (WEGE3) firmou um acordo para a formação de umajoint venturecom oGrupo Cevital para a fabricação na Argélia de motores elétricos para lavadoras de roupa.
A WEG terá participação de 51% na empresa, que se chamará WEG Algeria Motors SpA, enquanto o Grupo Cevital ficará com 49%. O negócio terá foco inicial no mercado argelino e do norte da África.
Veja também:
Temporada de balanços do 2º tri começa esta semana; veja calendário
Por que a inflação recorde nos EUA é má notícia para o Brasil
Preocupação do mercado é inflação em 2023, diz André Perfeito