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Ambev se saiu melhor que Heineken na competição do segundo trimestre, dizem analistas

Embora o volume de cerveja no Brasil tenha caído 2,5%, companhia conseguiu um aumento de 35% no volume vendido de rótulos premium

Ambev: segmento premium se saiu melhor que a concorrência (Ambev/Divulgação)

Ambev: segmento premium se saiu melhor que a concorrência (Ambev/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 12h26.

Última atualização em 4 de agosto de 2023 às 18h34.

A competição do mercado cervejeiro está cada vez mais acirrada e viu um segundo trimestre mais difícil para vendas no segundo trimestre, mas a Ambev (ABEV3) está conseguindo se sair melhor que a concorrência, segundo analistas dos bancos de investimento. Apesar da queda de 2,5% no volume total de cerveja no Brasil, as vendas do segmento premium e super premium, como Original, Stella Artois e Corona, cresceram 35% enquanto a Heineken, segunda maior cervejaria do país, avançou só de 8% a 9%.

"A estratégia da Ambev de diversificar seu portfólio no segmento, enquanto a Heineken depende de sua marca principal, deve ajudar a empresa a defender sua participação de mercado nos próximos anos", diz o Bradesco BBI, que recomenda compra da ação, com preço-alvo de R$ 21. A ação começou o pregão em alta, mas perto do meio-dia recuava 0,13%, para R$ 15,03. 

"O copo está meio cheio", colocou o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) de título de seu relatório. "No Brasil, a Ambev parece ter se saído melhor que a concorrência no trimestre. Isso atesta a força das iniciativas comerciais e o fortalecimento do portfólio que vem sendo construído nos últimos anos", completam os analistas. O banco manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 16. Segundo o banco, 2023 é o ano da verdade para a máquina de precificação da Ambev. O banco porém mantém a recomendação neutra porque há "riscos graves" associados à reforma tributária no Brasil, bem como à macroeconomia da Argentina.

"A Ambev parece ter superado a indústria", observa o Morgan Stanley, que vê, porém, o mercado em uma tendência de desaceleração, com números mais siginificativos para o grupo de origem holandês. "É um ponto interessante, já que essa marca [Heineken] tem sido consistentemente a de maior crescimento no país nos últimos anos", escreveram. De acordo com eles, esse contexto mostra que os consumidores estão começando a resistir aos aumentos acentuados de preços que a indústria vinha aplicando. "Em outras palavras, a tese do dilema preço/margem versus volume/participação na venda de cerveja parece estar se desenrolando."

O Morgan Stanley, porém, prefere manter um visão mais conservadora para o papel e recomenda a venda, com preço-alvo de R$ 14, considerando que o crescimento no Brasil pode ser mais lento enquanto os mercados externos e o ambiente de reforma tributária no país têm um peso maior na tese de investimento.

O UBS, que mantém recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 18, considera, no entanto, que o resultado foi neutro. Os volumes caíram, mas a companhia conseguiu melhorar a rentabilidade crescer mais do que as concorrentes em cerveja e também do que a Coca-Cola no segmento não alcoólico. O Itaú BBA, que também considerou o desempenho neutro, viu como positiva a mudança de projeção dos custos. "A Ambev revisou sua orientação de CPV caixa para 2023e no segmento Cerveja Brasil, que agora varia de +2,5% a +5,5%, (de +6,0% a +9,9%), considerando uma dinâmica de preço spot de commodities mais benigna." O Itaú BBA manteve recomendação neutra para a ação com preço-alvo de R$ 17.

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