Mercados

Ainda não é a hora da Petrobras na bolsa, avalia banco

Faltam atrativos suficientes para indicar a compra das ações, destaca o Itaú BBA

plataforma p-56 da petrobras (Divulgação)

plataforma p-56 da petrobras (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 15h52.

São Paulo – A Petrobras (PETR3; PETR4) ainda não tem os atrativos suficientes para justificar uma recomendação de compra das suas ações, apesar da forte queda de aproximadamente 24% na bolsa em 2011. A avaliação é do Itaú BBA, que rebaixou em um relatório publicado nesta semana o preço-alvo dos papéis em 28% e manteve a recomendação “market perform” (desempenho em linha com a média do mercado).

Para Paula Kovasrsky e Diego Mendes, analistas que assinam o documento, quando os fundamentos da indústria de petróleo são analisados, “fica impossível disputar com o potencial de longo prazo da Petrobras”. Mas por que então a recomendação não é de compra?

Um dos principais problemas está no alto volume de investimentos necessários para ampliar a produção, ressaltam. E isso além do plano de 224 bilhões de dólares já anunciado até 2015.

Os analistas avaliaram cuidadosamente os últimos cinco planos estratégicos para estabelecer uma correlação entre os investimentos e a exploração e produção de petróleo nos 5 anos seguintes.

“Não é um cálculo 100% preciso porque os investimentos podem não combinar com o cronograma do crescimento da produção. Mas a análise revela que para chegar aos objetivos de produção para 2020 é pouco provável que o ritmo dos investimentos diminua”, destacam.


“Uma boa parte do potencial de valorização que projetávamos no modelo anterior se devia à premissa de que, ao final do plano estratégico, a companhia poderia reduzir os investimentos de forma significativa, o que agora vemos como otimista demais”, dizem Paula e Mendes. As estimativas para os investimentos após 2015 foram elevadas de 178 bilhões de dólares para 242 bilhões de dólares, uma média de 48 bilhões de dólares entre 2015 e 2020.

Não está barato?

O Itaú BBA lembra no relatório que depois da expressiva correção desde o processo de capitalização, agravada ainda mais pela crise global, os investidores não param de se perguntar se a Petrobras não estaria barata.

“De fato, apesar da redução de 28% no preço-alvo, seria fácil fazer o caso de uma recomendação de compra baseado em nossa análise de fluxo de caixa descontado, pois ela oferece um potencial de valorização de aproximadamente 40%”, apontam.

Apesar disso, o banco realizou testes de atratividade do valor da Petrobras contra os pares em três formas. A estatal só obteve um sucesso parcial em uma delas. Para os analistas, o agravamento da crise global pode fazer com que a Petrobras pareça defensiva em relação aos pares sob a premissa de que os preços da gasolina e do diesel não serão afetados no Brasil, por conta do papel que a empresa tem no controle da inflação no Brasil.

“Vemos um risco de baixa para os preços das commodities em geral e para o petróleo em particular, o que tornaria um desempenho da Petrobras acima da Bovespa improvável. Por fim, ficamos com o crescimento da produção como o único fator que pode impulsionar no curto prazo, mas acreditamos que só veremos um aprimoramento consistente nesta frente em 2013”, ressalta o Itaú BBA. O preço-alvo para as ações preferenciais (PETR4) foi rebaixado de 40,40 reais para 28,90 reais.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoMercado financeiroPETR4PetrobrasPetróleo

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado