São Paulo - A Agrifirma Brasil Agropecuária Ltda., empresa brasileira de investimentos em terras apoiada por Jacob Rothschild, pode vender ações e dívida para pagar por oportunidades “únicas” de investimentos no Brasil.

A Agrifirma pode realizar a oferta de ações a partir do ano que vem, disse Julio Bestani, presidente da companhia, que não quis comentar a quantia a ser levantada. A emissão não deve ocorrer este ano por causa da situação econômica na Europa e nos Estados Unidos, disse ele.

“Nosso objetivo é abrir capital na Bovespa assim que possível” para financiar investimentos, disse ontem Bestani em uma entrevista por telefone de São Paulo. A empresa “com certeza vai considerar futuras captações”, disse ele sem dar detalhes.

A Agrifirma, com sede em São Paulo, compra terras degradadas e depois as transforma em áreas de plantio de soja, milho e algodão. A empresa tem 70.000 hectares de terras próprias e arrendadas no Brasil, uma área equivalente à cidade de Chicago.

A empresa é controlada por um fundo de private equity administrado pela BRZ Investimentos, que investiu US$ 82 milhões no dia 31 de agosto para ficar com uma participação não revelada na companhia. A Genagro Ltd., que entre os acionistas está Rothschild, tem uma participação minoritária.

Mais aquisições

A Agrifirma está em busca de mais terras para comprar no Brasil.

““O Brasil tem competitividade única em termos de quantidade, qualidade da terra e disponibilidade de água”, disse Bestani, que foi diretor financeiro da Adecoadro SA.

A Adecoagro, bancada pelo bilionário George Soros, levantou US$ 314 milhões em uma abertura de capital nos Estados Unidos em janeiro, depois de vender os papéis no mínimo da faixa de preço.

O Ibovespa entrou no chamado ‘bear-market’ em 27 de julho após cair 20 por cento em relação ao pico do índice em novembro do ano passado. Pelo menos nove empresas suspenderam IPOs no País este ano, segundo dados compilados pela Bloomberg e a Comissão de Valores Mobiliários. Los Grobos SA, a segunda maior produtora de soja da Argentina, cancelou em julho o plano de abrir capital no Brasil.