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AES Tietê prepara oferta de ações de até R$ 2 bilhões e anima corretoras

O objetivo da operação é principalmente pagar a aquisição de Alto Sertão III, projeto da Renova para o qual a AES fez proposta há duas semanas

AES Tietê  (AES/Divulgação)

AES Tietê (AES/Divulgação)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 10h34.

Última atualização em 18 de dezembro de 2018 às 10h50.

A empresa de energia AES Tietê já começou a contratar o consórcio de bancos que fará sua oferta subsequente de ações (follow-on) entre janeiro e fevereiro, segundo o jornal Valor Econômico. Os bancos Itaú BBA, Bradesco BBI, Goldman Sachs e BTG Pactual serão coordenadores, segundo o jornal. A companhia pretende captar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões em uma emissão primária. O objetivo da operação é principalmente pagar a aquisição de Alto Sertão III, projeto da Renova para o qual a AES fez proposta há duas semanas, e ter capital para continuar o projeto.

A americana AES, que tem 61,57% das ações ordinárias (ON) e 24,28% do capital social da AES Tietê, deve subscrever o correspondente à sua participação na capitalização, a fim de não ser diluída. Segundo o jornal, a acionista considera que o preço das ações está baixo. O mesmo não é esperado do BNDES, que tem hoje 14,4% das ordinárias e 37,4% das preferenciais, somando 28,33% da AES Tietê. Segundo fontes, o banco queria aproveitar a operação para fazer uma oferta secundária e sair da companhia, mas o preço atual das ações é um empecilho para isso.

A notícia é marginalmente negativa para o acionista, avalia a corretora Guide Investimentos. A possibilidade de saída de acionistas relevantes como o BNDES e diluição da participação dos minoritários podem trazer alguma pressão de baixa para os papéis no curto prazo. A janela de captação tornou-se novamente favorável no mercado de capitais local, passada as eleições presidenciais deste ano, o que indica uma alta probabilidade de a operação transcorrer sem problemas neste início de 2019, acredita a Guide.

A corretora destaca, porém, que grande parte dos recursos será destinada para oferta a primária, de novas ações. Ou seja: os recursos devem continuar a dar fôlego à companhia para novas aquisições e continuidade para a redução de sua alavancagem financeira. Ainda assim, a Guide considera que o aumento da capacidade em energia renovável (motivo este para seu crescimento do endividamento) é estrategicamente positivo para a AES Tietê, pois reduz sua exposição ao risco hidrológico, além de aumentar a duração de sua carteira contratada.

Já a corretora Mirae Asset avalia que o preço das ações da AES Tietê realmente está baixo em bolsa e acredita que, após a oferta, as ações devem se recuperar com mais força. “Acreditamos que a oferta deverá ser a um preço superior ao atual”, diz a Mirae, que lembra que a a ação é uma excelente pagadora de dividendos. “Continuamos recomendando a compra, com upside de 30%”, acrescenta, citando ainda o retorno em dividendos (dividend-yield) esperado para 2018, de 8,9%, acima da taxa básica de juros.

Esta reportagem foi publicada originalmente na Arena do Pavini.

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